O que começou como brincadeira acabou virando objeto de estudo sobre um dos locais mais emblemáticos de São Paulo: um bairro chamado Moema.
Olha que coisa intrigante: se Moema é tão legal como um montão de carioca diz, então por que não consigo achar um morador que seja relevante? (se você ficou com raiva, não seja infantil, você entende o que quero dizer com relevante – o oposto de mim ou você).
Todo bairro da cidade tem uma grande personalidade ou ao menos uma celebridade relevante. Moema não.
A primeira vez que ouvi alguém expor sua opinião sobre Moema foi marcante - há uns cinco anos, quando em São Paulo cheguei. Ouvi um carioca, vendedor de carros, dizer que Moema era o melhor bairro para se morar. "Aqui tem tudo. Muito barzinho, lojas, serviços... E tem o melhor shopping de São Paulo: o Ibirapuera.” Um cara com tal gosto para um centro comercial, já não deve ser considerado uma opinião relevante. E adivinha onde ele morava no Rio? Na Tijuca.
A partir daí, surge a minha primeira teoria: o moemense tem a alma de tijucano.
Ao longo dos anos, fui ouvindo opiniões de muitos moemenses, sempre encantados com seu bairro. Mas fui percebendo, que por outro lado, as pessoas que moravam em bairros, digamos, mais conceituados como Alto de Pinheiros, Vila Madalena e Higienópolis, achavam muito cafona morar em Moema. Enquanto desvendava este terrível preconceito da “elite” paulistana contra os pobres e iludidos moemenses, uma nova descoberta sobre o bairro passou a me atormentar.
Casa Blanca, Enigma, Inner Club, Marrakesh, Nefertitti, Vogue Clube...Por que raios tantos clubes de swing concentrados em Moema? Alguma relação com o alto índice de cariocas que moram lá? Será que a indústria paulistana do sexo sobrevive graças aos cariocas?
Enquanto não encontro as respostas, vejo Moema assim: meio cafona, meio falso glamour, meio querendo ser o que não é, meio sem personalidade. Engraçado. Sinto-me meio Moema.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
O dia em que o Luciano Huck soletrou para mim.
Terça feira, 26 de outubro de 2010.
15:35h.
- Alô, é o Luciano?
- É….
- Oi, eu sou a Raquel e queria falar com você sobre dicas para um Manual de Sobrevivência em São Paulo.
- Será que você poderia contactar a minha assessora, a Ju?
- Tá, mas como eu falo com ela?
- Manda um email pra jucuki..
- Luciano, dá pra soletrar?
- Ah, tá... É JOTA-U-C-Ô-Ô...
15:35h.
- Alô, é o Luciano?
- É….
- Oi, eu sou a Raquel e queria falar com você sobre dicas para um Manual de Sobrevivência em São Paulo.
- Será que você poderia contactar a minha assessora, a Ju?
- Tá, mas como eu falo com ela?
- Manda um email pra jucuki..
- Luciano, dá pra soletrar?
- Ah, tá... É JOTA-U-C-Ô-Ô...
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Ô Rio decadente!
Na minha última ida ao Rio me empenhei ao máximo em encontrar um Rio decadente. Tantos amigos cariocas em São Paulo que falam mal do Rio... Já estava quase me convencendo que a cidade não vale mais nada.
Na zona sul, onde costumo ficar, o tempo parece não ter passado. Relembro minha antiga rotina de carioca. Passo cumprimentando os porteiros, o jornaleiro, o seu guarda, encontro velhos amigos andando na rua, volto do boteco a pé, quase madrugada. Ô Rio decadente!
Vou a São Cristóvão, vejo que está incrível. Novos empreendimentos, tudo em paz ao redor da Quinta da Boavista. Na volta dou um pulo no Saara, aquele movimento incessante e aquelas novidades maravilhosas. Saio de lá feliz com meu guarda-chuva bem chamativo, com reprodução de fotos dos Arcos da Lapa e do Cristo. E ainda consigo dar um pulo no Villarino, um dos bares preferidos do nosso poeta Vinícius. Saboreio um rissole de camarão e um bolinho de bacalhau que continuam impecáveis. Ô Rio decadente!
Vou ao baixo bebê com meu pequeno, curtimos um sol incrível, tomamos um suco de fruta de conde que não é de polpa no Polis. Ô Rio decadente!
Sou perseguida por um carro da PM, o policial me diz que é uma operação de rotina. Paro na altura da Rocinha e me surpreendo ao ser tratada por um policial de forma educadíssima. Ele me diz que estão dando dura em qualquer carro, de forma aleatória, porque gente do mal também anda em carro importado como o meu. Ô Rio decadente!
Vou a um show de jazz na Rua Dias Ferreira, cheio de gente interessante e bonita. Vi famílias inteiras e crianças, tarde da noite, curtindo um jazzinho a céu aberto. Ô Rio decadente!
Aproveito meu último dia para uma orgia gastronômica. Comi, rezando, uma rabada no Pavão Azul, em Copacabana. E a noitinha, tive a cara-de-pau de sentir fome e me esbaldei com os famosos bolinhos de aipim com camarão do botequim Chico e Alaíde. Ô Rio decadente!
Volto para São Paulo cheia de boas recordações e saudades de um Rio tão decadente.
Obs: Você deve estar se perguntando o que essa minha visão do Rio tem a ver com um blog sobre sobrevivência em SP. Não sei responder ao certo. Talvez porque eu acredite que para amar São Paulo não seja necessário você se voltar contra o Rio.
Na zona sul, onde costumo ficar, o tempo parece não ter passado. Relembro minha antiga rotina de carioca. Passo cumprimentando os porteiros, o jornaleiro, o seu guarda, encontro velhos amigos andando na rua, volto do boteco a pé, quase madrugada. Ô Rio decadente!
Vou a São Cristóvão, vejo que está incrível. Novos empreendimentos, tudo em paz ao redor da Quinta da Boavista. Na volta dou um pulo no Saara, aquele movimento incessante e aquelas novidades maravilhosas. Saio de lá feliz com meu guarda-chuva bem chamativo, com reprodução de fotos dos Arcos da Lapa e do Cristo. E ainda consigo dar um pulo no Villarino, um dos bares preferidos do nosso poeta Vinícius. Saboreio um rissole de camarão e um bolinho de bacalhau que continuam impecáveis. Ô Rio decadente!
Vou ao baixo bebê com meu pequeno, curtimos um sol incrível, tomamos um suco de fruta de conde que não é de polpa no Polis. Ô Rio decadente!
Sou perseguida por um carro da PM, o policial me diz que é uma operação de rotina. Paro na altura da Rocinha e me surpreendo ao ser tratada por um policial de forma educadíssima. Ele me diz que estão dando dura em qualquer carro, de forma aleatória, porque gente do mal também anda em carro importado como o meu. Ô Rio decadente!
Vou a um show de jazz na Rua Dias Ferreira, cheio de gente interessante e bonita. Vi famílias inteiras e crianças, tarde da noite, curtindo um jazzinho a céu aberto. Ô Rio decadente!
Aproveito meu último dia para uma orgia gastronômica. Comi, rezando, uma rabada no Pavão Azul, em Copacabana. E a noitinha, tive a cara-de-pau de sentir fome e me esbaldei com os famosos bolinhos de aipim com camarão do botequim Chico e Alaíde. Ô Rio decadente!
Volto para São Paulo cheia de boas recordações e saudades de um Rio tão decadente.
Obs: Você deve estar se perguntando o que essa minha visão do Rio tem a ver com um blog sobre sobrevivência em SP. Não sei responder ao certo. Talvez porque eu acredite que para amar São Paulo não seja necessário você se voltar contra o Rio.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Minha primeira bienal
O programa mais divertido e instigante da cidade é, sem dúvida, a bienal.
Confesso que sempre a desprezei. Mas como preciso de assunto para meu blog, lá fui eu rumo a minha primeira bienal.
Ali você vai ver um pouco de tudo. Verdade seja dita, muito de tudo. E de arte, procurando bem, achará um pouco.
O fato de não ter credenciais para dizer o que é arte e o que não é, torna minha análise bem mais irresponsável e descomprometida.
Logo na entrada, um piano de cauda fincado em cima de um pequeno lago seco de cera. Imediatamente, abre-se um balão imaginário com “???” acima da minha cabeça. Não sabia se deveria esperar um pianista ou não. É curioso nosso comportamento na bienal. Ficamos meio sem jeito, sem saber o que fazer diante de certas obras, assim, tão modernas e de vanguarda.
Decido então ir para frente de uma tevê. Imagem de umas vinte pessoas em círculo, vestidas de branco, cada uma com um extintor de incêndio na mão. De repente, todas apertam o extintor e jogam água uma nas outras. Nossa, que divertido, pensei. Leio que este filme faz parte da série “Guerra é guerra”. Sou mesmo uma mãe insensível. Como me arrependo daquele dia que acabei com a arte do meu pequeno João. Ele e seus amigos em roda. Um, dois, três e já. Guerra de isopor picado. Quase os matei. Nunca é tarde para um arrependimento. Filho, desculpe-me por ter interrompido a sua performance. Vejo, agora, que você tem um futuro promissor como artista.
Ando alguns metros e vejo uma pequena construção. Paredes de tijolos, sem nenhum acabamento, formando uma pequena casa. Por dentro, algumas paredes revestidas de capas de livro. Muito me lembrou um pequeno casebre de favela. E só. Eis que me deparo com o seguinte texto, que define o espaço, denominado “ Longe daqui, aqui mesmo”:
“Esse terreiro reúne obras que aspiram a criação daquilo que não é, mas um dia poderá vir a ser”.
Achei muito bonito e profundo. Além de não ser capaz de associar o que via ao conteúdo do que lia, jamais imaginei que um lugar como esse poderia ser chamado de arte. Paro para refletir se a obra em si é tão importante. Será que se colocasse o nome deste lugar de “ casinha de favela”, ainda teria o mesmo impacto? Continuaria sendo arte?
Saio dali refletindo sobre os limites da arte, se é que existem. E avisto um lugar chamado Centro de Pesquisa Sobre a Normalidade Brasileira. Definitivamente, a coisa mais interessante que vi por ali. Uma verdadeira investigação antropológica sobre o ser atual. Especificamente, o ser paulistano, que também é meu objeto de estudo. Jimmie Durham é o pesquisador. Aquele espaço, ele preenche de fatos e evidências sobre a cidade e seu povo. Uma das primeiras observações ali descritas é que na frente do prédio da Bienal tem um monumento em homenagem ao pé de café. O mesmo café que destruiu as florestas de São Paulo. Triste ironia!
E para Jimmie Durham, como é o bandeirante dos tempos atuais? Como ele é hoje, aquela figura que desbravava as terras paulistanas em busca de riqueza? Um manequim em uma vitrine retrata o que ele pensa do Bandeirante 2010: um homem vestido de terno bem cortado, sapato social, relógio de ouro, o inseparável blackberry, pasta preta, tacos de golf e um revólver pendurado na cintura. Olho para o lado e observo exemplares de bandeirantes modernos, andando pela bienal.
Confesso que fiquei cansada de ver tanta coisa que nada parecia com arte. Mas, definitivamente, me impressionei com tanta provocação. Nunca pensei que percorrendo apenas metade da bienal, seria obrigada a refletir sobre tanta coisa em tão pouco tempo.
Confesso que sempre a desprezei. Mas como preciso de assunto para meu blog, lá fui eu rumo a minha primeira bienal.
Ali você vai ver um pouco de tudo. Verdade seja dita, muito de tudo. E de arte, procurando bem, achará um pouco.
O fato de não ter credenciais para dizer o que é arte e o que não é, torna minha análise bem mais irresponsável e descomprometida.
Logo na entrada, um piano de cauda fincado em cima de um pequeno lago seco de cera. Imediatamente, abre-se um balão imaginário com “???” acima da minha cabeça. Não sabia se deveria esperar um pianista ou não. É curioso nosso comportamento na bienal. Ficamos meio sem jeito, sem saber o que fazer diante de certas obras, assim, tão modernas e de vanguarda.
Decido então ir para frente de uma tevê. Imagem de umas vinte pessoas em círculo, vestidas de branco, cada uma com um extintor de incêndio na mão. De repente, todas apertam o extintor e jogam água uma nas outras. Nossa, que divertido, pensei. Leio que este filme faz parte da série “Guerra é guerra”. Sou mesmo uma mãe insensível. Como me arrependo daquele dia que acabei com a arte do meu pequeno João. Ele e seus amigos em roda. Um, dois, três e já. Guerra de isopor picado. Quase os matei. Nunca é tarde para um arrependimento. Filho, desculpe-me por ter interrompido a sua performance. Vejo, agora, que você tem um futuro promissor como artista.
Ando alguns metros e vejo uma pequena construção. Paredes de tijolos, sem nenhum acabamento, formando uma pequena casa. Por dentro, algumas paredes revestidas de capas de livro. Muito me lembrou um pequeno casebre de favela. E só. Eis que me deparo com o seguinte texto, que define o espaço, denominado “ Longe daqui, aqui mesmo”:
“Esse terreiro reúne obras que aspiram a criação daquilo que não é, mas um dia poderá vir a ser”.
Achei muito bonito e profundo. Além de não ser capaz de associar o que via ao conteúdo do que lia, jamais imaginei que um lugar como esse poderia ser chamado de arte. Paro para refletir se a obra em si é tão importante. Será que se colocasse o nome deste lugar de “ casinha de favela”, ainda teria o mesmo impacto? Continuaria sendo arte?
Saio dali refletindo sobre os limites da arte, se é que existem. E avisto um lugar chamado Centro de Pesquisa Sobre a Normalidade Brasileira. Definitivamente, a coisa mais interessante que vi por ali. Uma verdadeira investigação antropológica sobre o ser atual. Especificamente, o ser paulistano, que também é meu objeto de estudo. Jimmie Durham é o pesquisador. Aquele espaço, ele preenche de fatos e evidências sobre a cidade e seu povo. Uma das primeiras observações ali descritas é que na frente do prédio da Bienal tem um monumento em homenagem ao pé de café. O mesmo café que destruiu as florestas de São Paulo. Triste ironia!
E para Jimmie Durham, como é o bandeirante dos tempos atuais? Como ele é hoje, aquela figura que desbravava as terras paulistanas em busca de riqueza? Um manequim em uma vitrine retrata o que ele pensa do Bandeirante 2010: um homem vestido de terno bem cortado, sapato social, relógio de ouro, o inseparável blackberry, pasta preta, tacos de golf e um revólver pendurado na cintura. Olho para o lado e observo exemplares de bandeirantes modernos, andando pela bienal.
Confesso que fiquei cansada de ver tanta coisa que nada parecia com arte. Mas, definitivamente, me impressionei com tanta provocação. Nunca pensei que percorrendo apenas metade da bienal, seria obrigada a refletir sobre tanta coisa em tão pouco tempo.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
SOS MINORIA DO CONDOMÍNIO CIDADE JARDIM
O pequeno grupo de abastados, moradores do Condomínio Parque Cidade Jardim, vem sendo achincalhado pela classe jornalística e pelos urbanistas.
Vamos nos unir em prol da questão sócio-antropológica-ambiental que envolve essa minoria, vítima de grupos poderosos e mal intencionados - os B.O.G. Ou Bando de Olho Gordo, como você preferir.
Vamos nos unir e pedir que os B.O.G os deixem em paz!
Convoco todos os interessados para UM ABRAÇO COLETIVO ao redor do condomínio Parque Cidade Jardim. Vamos dar as mãos contra o preconceito! Vista-se de branco - camiseta básica off white Chanel - e junte-se a mim! Neste domingo, após o brunch!
PS: Veja, abaixo, minha emocionada carta solidária a um anônimo morador.
CARTA A UM MORADOR DO CONDOMÍNIO PARQUE CIDADE JARDIM
Eu não vivo numa bolha. Você, que declarou isso hoje à Folha, ganhou minha simpatia. Queria ser sua amiga, estender a minha mão. Sei o quanto é difícil a gente assumir certas posições.
Então vamos combinar assim. Juro fingir que acredito. Você não vive numa bolha. Embora more em um condomínio que mantém um funcionário na garagem apenas para ajudar a retirar as compras dos moradores do carro, um conciérge 24 horas para pedir táxi e pizza, além de ter abaixo dos seus pés mais de cem lojas classe-mais-do-que-A, oito luxuosas salas de cinema e mais de vinte opções gastronômicas de primeira. E para levar seus filhos à aula de judô, natação ou ginástica basta pegar o elevador.
Por mim, tá tudo certo. Vou repetir para que você se convença. Você não vive numa bolha.
Mas que você vive em algum lugar, isso você vive. Já concordei em fingir que não se trata de uma bolha.
Será que te magoarei se eu disser que você vive em um mundo bizarro?
Vamos nos unir em prol da questão sócio-antropológica-ambiental que envolve essa minoria, vítima de grupos poderosos e mal intencionados - os B.O.G. Ou Bando de Olho Gordo, como você preferir.
Vamos nos unir e pedir que os B.O.G os deixem em paz!
Convoco todos os interessados para UM ABRAÇO COLETIVO ao redor do condomínio Parque Cidade Jardim. Vamos dar as mãos contra o preconceito! Vista-se de branco - camiseta básica off white Chanel - e junte-se a mim! Neste domingo, após o brunch!
PS: Veja, abaixo, minha emocionada carta solidária a um anônimo morador.
CARTA A UM MORADOR DO CONDOMÍNIO PARQUE CIDADE JARDIM
Eu não vivo numa bolha. Você, que declarou isso hoje à Folha, ganhou minha simpatia. Queria ser sua amiga, estender a minha mão. Sei o quanto é difícil a gente assumir certas posições.
Então vamos combinar assim. Juro fingir que acredito. Você não vive numa bolha. Embora more em um condomínio que mantém um funcionário na garagem apenas para ajudar a retirar as compras dos moradores do carro, um conciérge 24 horas para pedir táxi e pizza, além de ter abaixo dos seus pés mais de cem lojas classe-mais-do-que-A, oito luxuosas salas de cinema e mais de vinte opções gastronômicas de primeira. E para levar seus filhos à aula de judô, natação ou ginástica basta pegar o elevador.
Por mim, tá tudo certo. Vou repetir para que você se convença. Você não vive numa bolha.
Mas que você vive em algum lugar, isso você vive. Já concordei em fingir que não se trata de uma bolha.
Será que te magoarei se eu disser que você vive em um mundo bizarro?
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Estética para carro
Eu só queria dar uma boa lavada no meu carro.
No Morumbi, lava-rápido não deve fazer muito sucesso. Talvez um nome vulgar.
Não encontrei um lava-rápido, mas dei de cara com um centro de estética para automóveis. Adoro os eufemismos paulistanos!
Posso dizer que o processo de lavagem não difere de nenhum outro lugar que eu já tenha ido. Impressionante mesmo é o tratamento dados aos clientes.
O gerente me vê tirando o notebook do carro e logo me pergunta se tenho a senha. Como assim senha? Sim, o lugar tem wi-fi! Lá vou, feliz por achar um escritório, de onde faço esta crônica neste exato momento.
Como se isso não bastasse, avisto uma salinha com brinquedos. Piso forrado, toda limpinha. Sim, uma brinquedoteca!
Não bastasse isso, comento com o gerente que vou vender meu carro mas ainda não tive tempo de avaliar.
Em poucos minutos, volta ele e diz que já fez três consultas. Como assim, consultas?
Sim, ele consultou três sites de automóveis e fez uma eficiente pesquisa de preços.
Podem dizer que estou me apaulistando, mas confesso estar encantada com o serviço do tal lava-rápido.
No Morumbi, lava-rápido não deve fazer muito sucesso. Talvez um nome vulgar.
Não encontrei um lava-rápido, mas dei de cara com um centro de estética para automóveis. Adoro os eufemismos paulistanos!
Posso dizer que o processo de lavagem não difere de nenhum outro lugar que eu já tenha ido. Impressionante mesmo é o tratamento dados aos clientes.
O gerente me vê tirando o notebook do carro e logo me pergunta se tenho a senha. Como assim senha? Sim, o lugar tem wi-fi! Lá vou, feliz por achar um escritório, de onde faço esta crônica neste exato momento.
Como se isso não bastasse, avisto uma salinha com brinquedos. Piso forrado, toda limpinha. Sim, uma brinquedoteca!
Não bastasse isso, comento com o gerente que vou vender meu carro mas ainda não tive tempo de avaliar.
Em poucos minutos, volta ele e diz que já fez três consultas. Como assim, consultas?
Sim, ele consultou três sites de automóveis e fez uma eficiente pesquisa de preços.
Podem dizer que estou me apaulistando, mas confesso estar encantada com o serviço do tal lava-rápido.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Paulistana, eu?
Só mesmo uma super amiga pra me alertar. Depois de ler o post abaixo, sobre o dona Onça, ela ficou intrigada.
Achar um bar no meio de uma região decadente o máximo, um prédio estilo minhocão lindo e me encantar por ver um publicitário famoso, são graves sintomas de que estou me contaminando. Será que virei paulistana?
Achar um bar no meio de uma região decadente o máximo, um prédio estilo minhocão lindo e me encantar por ver um publicitário famoso, são graves sintomas de que estou me contaminando. Será que virei paulistana?
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Dona Onça
O bar que já nasceu um clássico.
Um puta bar. Um luxo. E ainda fica no Copan. Dois luxos.
Agora sim, sinto o gostinho de ser uma paulistana descolada em uma tarde de sábado.
Olho para o lado e não acredito no que vejo. Seria ele mesmo?! W !? Vou ao banheiro pra ver mais de perto. Identifico duas lindas crianças ao seu lado. Gêmeos. Sim, é ele. Washington Olivetto. O próprio. Ícone da cidade. Três luxos.
Meu programa descolado não podia estar mais genuinamente paulistano. Não tinha como ficar melhor.
Conversa vai, conversa vem, aquela coisa bem carioca de querer ficar íntima do garçon e descubro que aquele gayzíssimo rapaz é um morador do Copan. Não podia acreditar.
Eu, que sempre sonhei em conhecer o Copan pelo buraco da fechadura de um morador. Já tinha até planejado sair do Dona Onça e bater de porta em porta, pra ver se algum maluco abriria e me mostraria cada canto daquela massa de concreto escultural.
Como se não bastasse, Wil, o garçon gay, voluntariamente se dispôs a realizar minha estranha fantasia - para os padrões cariocas - de ir ao topo do Copan.
Conhecer o Copan com um gay será meu quarto luxo.
Um puta bar. Um luxo. E ainda fica no Copan. Dois luxos.
Agora sim, sinto o gostinho de ser uma paulistana descolada em uma tarde de sábado.
Olho para o lado e não acredito no que vejo. Seria ele mesmo?! W !? Vou ao banheiro pra ver mais de perto. Identifico duas lindas crianças ao seu lado. Gêmeos. Sim, é ele. Washington Olivetto. O próprio. Ícone da cidade. Três luxos.
Meu programa descolado não podia estar mais genuinamente paulistano. Não tinha como ficar melhor.
Conversa vai, conversa vem, aquela coisa bem carioca de querer ficar íntima do garçon e descubro que aquele gayzíssimo rapaz é um morador do Copan. Não podia acreditar.
Eu, que sempre sonhei em conhecer o Copan pelo buraco da fechadura de um morador. Já tinha até planejado sair do Dona Onça e bater de porta em porta, pra ver se algum maluco abriria e me mostraria cada canto daquela massa de concreto escultural.
Como se não bastasse, Wil, o garçon gay, voluntariamente se dispôs a realizar minha estranha fantasia - para os padrões cariocas - de ir ao topo do Copan.
Conhecer o Copan com um gay será meu quarto luxo.
domingo, 19 de setembro de 2010
Augusta
No último sábado realizei meu grande sonho. Lá estava eu, no reduto dos modernos e alternativos. A emblemática Augusta.
Achava tentadora a idéia de explorar o seu lado B, do outro lado da Paulista. De preferência à noite. Sempre olhei curiosa aquele movimento a pé de jovens vestidos de preto e cabelos coloridos.
Consegui uma companhia para esta roubada. A vítima, uma amiga carioca desavisada.
Confesso que preferia não ter realizado esta fantasia. Deveria ter ficado com minha rica imaginação de que seria um passeio memorável, incrível.
Estacionei bem longe, para aproveitar cada quarteirão. A cada passo, continha minha vontade de correr de volta para meu carro. Não bastasse cruzar com um monte de gente feia e mal vestida, em uma Augusta soturna, ainda tinha a companhia bizarra de malucos e mendigos.
Enquanto andávamos, observamos que ali os perfis predominantes eram de: estudantes, pretenso artistas incompreendidos ou jornalistas. Ou seja, só duros. Duros que se denominam alternativos. Sejamos realistas. Os sem-grana não têm muita opção. Melhor virar alternativo.
Prometi para minha amiga que lá no final, tinha um lugar bacanérrimo. Não era mentira. É a Zcarniceria. Precisava conhecer. Li que os modernos adoram. Depois de muito andar, lá chegamos. Fiquei feliz quando vi que estava lotado. O visual do lugar é realmente incrível. Ainda mantém as características de um antigo açougue. A porta parece a casa do Jack, o estripador. Ao invés de maçanetas, dois facões. Definitivamente, não era lugar para um simples chopinho. Pensei em se tratar de um bar, mas tinha ares de baladinha. Lotada de modernos e alternativos, da espécie com grana. Vejo que são poucos, mas existem. Presumo estarem todos lá.
Resolvemos dar a meia volta rumo ao estacionamento. Loucas por um chopp. E para ver gente normal. Rumo ao Sujinho.
Achava tentadora a idéia de explorar o seu lado B, do outro lado da Paulista. De preferência à noite. Sempre olhei curiosa aquele movimento a pé de jovens vestidos de preto e cabelos coloridos.
Consegui uma companhia para esta roubada. A vítima, uma amiga carioca desavisada.
Confesso que preferia não ter realizado esta fantasia. Deveria ter ficado com minha rica imaginação de que seria um passeio memorável, incrível.
Estacionei bem longe, para aproveitar cada quarteirão. A cada passo, continha minha vontade de correr de volta para meu carro. Não bastasse cruzar com um monte de gente feia e mal vestida, em uma Augusta soturna, ainda tinha a companhia bizarra de malucos e mendigos.
Enquanto andávamos, observamos que ali os perfis predominantes eram de: estudantes, pretenso artistas incompreendidos ou jornalistas. Ou seja, só duros. Duros que se denominam alternativos. Sejamos realistas. Os sem-grana não têm muita opção. Melhor virar alternativo.
Prometi para minha amiga que lá no final, tinha um lugar bacanérrimo. Não era mentira. É a Zcarniceria. Precisava conhecer. Li que os modernos adoram. Depois de muito andar, lá chegamos. Fiquei feliz quando vi que estava lotado. O visual do lugar é realmente incrível. Ainda mantém as características de um antigo açougue. A porta parece a casa do Jack, o estripador. Ao invés de maçanetas, dois facões. Definitivamente, não era lugar para um simples chopinho. Pensei em se tratar de um bar, mas tinha ares de baladinha. Lotada de modernos e alternativos, da espécie com grana. Vejo que são poucos, mas existem. Presumo estarem todos lá.
Resolvemos dar a meia volta rumo ao estacionamento. Loucas por um chopp. E para ver gente normal. Rumo ao Sujinho.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
O metrô da Vila.
Resolvi experimentar o metrô da Faria Lima. Meu destino era a Vila Madalena.
Lá fui eu, para o Largo da Batata. Sejamos sinceros: ninguém associa aquele lugar a Faria Lima. Aquilo pra mim é o Largo da Batata e pronto. Um lugar feio pra cacete, com calçadas abandonadas e lojas fechadas. Mas que me enche de boas recordações. Aeroanta. Banda Vexame. Anos 80. Socorro! Lembrar das minhas big ombreiras me faz correr de volta ao presente.
A modernidade e a limpeza da estação de metrô destoam do seu entorno. A Faria Lima é a primeira estação da Linha Amarela, que promete mais luxo. A começar pelos lugares que vai atender: Oscar Freire e Higienópolis.
Saindo da Faria Lima, só é possível seguir rumo a uma estação, que é a Paulista.
De lá, uma transferência para um dos melhores bairros da capital: a Vila Madalena.
Engano meu. Despreparo. Não confie no nome das estações. A estação da Vila desemboca nos quintos dos infernos. Sai na Praça Américo Jacomino, que nem Vila Madalena é. Fica, precisamente, no Sumarezinho . Recusei-me a pagar um táxi pra civilização. Decidi andar até achar um ar da Vila Madalena charmosa, aquela que me interessa. Achei a Rua Paulistania e fingi que estava em Londres, apreciando os grafites dos muros, enquanto descia becos e mais becos esquisitos. Até que surgiu um nome de rua conhecido. Ali estava ela: Rua Fradique Coutinho. Nada ali parecia com a Fradique que eu conheço, mas suspeitei estar nos fundos da rua. Comprovo que fundos é pouco.
Marinheiros de primeira viagem: ao saltarem na estação da Vila, peguem um táxi com destino ao buchicho.
Lá fui eu, para o Largo da Batata. Sejamos sinceros: ninguém associa aquele lugar a Faria Lima. Aquilo pra mim é o Largo da Batata e pronto. Um lugar feio pra cacete, com calçadas abandonadas e lojas fechadas. Mas que me enche de boas recordações. Aeroanta. Banda Vexame. Anos 80. Socorro! Lembrar das minhas big ombreiras me faz correr de volta ao presente.
A modernidade e a limpeza da estação de metrô destoam do seu entorno. A Faria Lima é a primeira estação da Linha Amarela, que promete mais luxo. A começar pelos lugares que vai atender: Oscar Freire e Higienópolis.
Saindo da Faria Lima, só é possível seguir rumo a uma estação, que é a Paulista.
De lá, uma transferência para um dos melhores bairros da capital: a Vila Madalena.
Engano meu. Despreparo. Não confie no nome das estações. A estação da Vila desemboca nos quintos dos infernos. Sai na Praça Américo Jacomino, que nem Vila Madalena é. Fica, precisamente, no Sumarezinho . Recusei-me a pagar um táxi pra civilização. Decidi andar até achar um ar da Vila Madalena charmosa, aquela que me interessa. Achei a Rua Paulistania e fingi que estava em Londres, apreciando os grafites dos muros, enquanto descia becos e mais becos esquisitos. Até que surgiu um nome de rua conhecido. Ali estava ela: Rua Fradique Coutinho. Nada ali parecia com a Fradique que eu conheço, mas suspeitei estar nos fundos da rua. Comprovo que fundos é pouco.
Marinheiros de primeira viagem: ao saltarem na estação da Vila, peguem um táxi com destino ao buchicho.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
A Quitanda e O Mercadinho
Hoje fui entrevistar o mais paulistano dos paulistanos, o jornalista Marcelo Duarte. Ele me deu tanta informação que fiquei zonza. O cara sabe tanto endereço quente, dicas preciosas, que nem sei por onde começar. Decidi espairecer, aproveitando que à uma hora da tarde o trânsito da Henrique Schaumann parecia a Suiça. Resolvi explorar Pinheiros, que sempre tem algo interessante que ainda não conheço, e o Mercadinho Chic, na Oscar Freire.
Eu não sabia ao certo aonde iria almoçar. Decidi entrar na Mateus Grou, porque me lembrei que o Marcelo mencionou alguma coisa por lá. Só não me lembrava o que. Enquanto não conseguia me lembrar da dica, nem conseguia decifrar minha própria letra no caderno com anotações da entrevista, eis que me deparo com A Quitanda. Não tive dúvida. Parecia o lugar perfeito pra almoçar. Arejado, iluminação natural e um super hortifruti. Subindo as escadas, eis o restaurante. Avistei logo uma boa mesa de saladas. Não espere uma mega variedade, mas tudo fresquíssimo e delicioso. Rolinho de acelga com manga, bolinho de arroz, salpicão de frango com aipo e muito mais. Tudo incluso no buffet de saladas, por apenas quinze reais. Achei inacreditável. E com sobremesa também à vontade. Excelente custo benefício.
Agora rumo em direção aos Jardins. Vou em busca da Maroca, que faz bolsas e carteiras que enlouquecem as cariocas – e até a Lilian Pace. Tenho esperança que ela esteja no Mercadinho Chic. E não é que ela está lá? Marion, a própria. Ela é a criadora e a vendedora. Suas estampas, cada uma mais linda do que a outra. Um luxo só. Escolho duas.
Agora que meu dinheiro acabou, decido voltar. São Paulo não é para duros.
Eu não sabia ao certo aonde iria almoçar. Decidi entrar na Mateus Grou, porque me lembrei que o Marcelo mencionou alguma coisa por lá. Só não me lembrava o que. Enquanto não conseguia me lembrar da dica, nem conseguia decifrar minha própria letra no caderno com anotações da entrevista, eis que me deparo com A Quitanda. Não tive dúvida. Parecia o lugar perfeito pra almoçar. Arejado, iluminação natural e um super hortifruti. Subindo as escadas, eis o restaurante. Avistei logo uma boa mesa de saladas. Não espere uma mega variedade, mas tudo fresquíssimo e delicioso. Rolinho de acelga com manga, bolinho de arroz, salpicão de frango com aipo e muito mais. Tudo incluso no buffet de saladas, por apenas quinze reais. Achei inacreditável. E com sobremesa também à vontade. Excelente custo benefício.
Agora rumo em direção aos Jardins. Vou em busca da Maroca, que faz bolsas e carteiras que enlouquecem as cariocas – e até a Lilian Pace. Tenho esperança que ela esteja no Mercadinho Chic. E não é que ela está lá? Marion, a própria. Ela é a criadora e a vendedora. Suas estampas, cada uma mais linda do que a outra. Um luxo só. Escolho duas.
Agora que meu dinheiro acabou, decido voltar. São Paulo não é para duros.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Poupatempo - missão incompleta.
Minha missão era ir ao Poupatempo. Já esperava não encontrar uma unidade em locais como Morumbi, Itaim ou Jardins. A única opção na zona sul é Santo Amaro. Como já tinha ouvido falar no Largo 13, era a minha chance de aproveitar e conhecer o dito melhor comércio popular da zona sul.
Uma das coisas mais impressionantes no meu trajeto, que merece um parágrafo, é a estátua do Borbagato. O ícone do mau gosto na cidade. Não sei ainda se chega a ser pior que a arquitetura da Daslu. Algo a se refletir.
Voltando ao Largo 13. Ótimo acesso pela Avenida Santo Amaro, com boas opções de estacionamento nas redondezas.
O Largo 13 não chega a ser completo como a 25 de março. Mas ali é possível garimpar boas opções de roupas – para todas as idades! - e brinquedos. Mas lembre-se que a arte de garimpar não é pra qualquer um. Pra começar, você precisa ser um desocupado. Porque garimpar dá trabalho. E toma horas do seu dia. Mas cada minuto de dedicação não será em vão.
Uma boa dica é ir disfarçado de povão. Pense em ter no seu guarda roupa, uma vestimenta própria para ir a locais como o Largo 13 ou a 25 de março. Nada de bolsa de couro ou sapatos de salto. O ideal é uma bolsa de alça comprida e um tênis bem surrado. Tudo pelo conforto.
No largo 13, você encontra diversas óticas com serviços muito eficientes. Tá certo que você não achará óculos Dolce & Gabana ou Armani. Mas encontrará Benettons muito honestos. O melhor é que seus óculos ficam prontos em uma hora. E durante essa horinha você dá uma boa rodada pelas redondezas. Explorei tão bem a minha hora que acabei me empolgando. Echarpe estampada de algodão por 5 reais, tênis de camurça super estiloso para meu pequeno por 23 reais e uns vinte potes de plásticos vagabundos porém irresistíveis por 10 reais. Quando olhei, três horas já tinham se passado. Já era hora de voltar. Nem dava mais tempo de ir ao Poupatempo. Semana que vem voltarei lá.
Uma das coisas mais impressionantes no meu trajeto, que merece um parágrafo, é a estátua do Borbagato. O ícone do mau gosto na cidade. Não sei ainda se chega a ser pior que a arquitetura da Daslu. Algo a se refletir.
Voltando ao Largo 13. Ótimo acesso pela Avenida Santo Amaro, com boas opções de estacionamento nas redondezas.
O Largo 13 não chega a ser completo como a 25 de março. Mas ali é possível garimpar boas opções de roupas – para todas as idades! - e brinquedos. Mas lembre-se que a arte de garimpar não é pra qualquer um. Pra começar, você precisa ser um desocupado. Porque garimpar dá trabalho. E toma horas do seu dia. Mas cada minuto de dedicação não será em vão.
Uma boa dica é ir disfarçado de povão. Pense em ter no seu guarda roupa, uma vestimenta própria para ir a locais como o Largo 13 ou a 25 de março. Nada de bolsa de couro ou sapatos de salto. O ideal é uma bolsa de alça comprida e um tênis bem surrado. Tudo pelo conforto.
No largo 13, você encontra diversas óticas com serviços muito eficientes. Tá certo que você não achará óculos Dolce & Gabana ou Armani. Mas encontrará Benettons muito honestos. O melhor é que seus óculos ficam prontos em uma hora. E durante essa horinha você dá uma boa rodada pelas redondezas. Explorei tão bem a minha hora que acabei me empolgando. Echarpe estampada de algodão por 5 reais, tênis de camurça super estiloso para meu pequeno por 23 reais e uns vinte potes de plásticos vagabundos porém irresistíveis por 10 reais. Quando olhei, três horas já tinham se passado. Já era hora de voltar. Nem dava mais tempo de ir ao Poupatempo. Semana que vem voltarei lá.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Domingo de sol na paulicéia
Morar longe da praia faz a gente adquirir estranhos hábitos.
Um deles é ir ao museu em um lindo dia de sol.
No último domingo, fui com meu pequeno, de oito anos, a uma das oitocentos e noventa boas exposições da cidade – a do Keith Haring. Devo confessar que a primeira reação que tenho, ao pensar na possibilidade de visitar uma exposição é a inércia. Sim, a inércia. Tão mais fácil esse negócio de visita virtual, não?! Passada essa vergonhosa primeira etapa, sigo rumo ao Conjunto Nacional.
Keith Haring é tudo aquilo que a gente imagina. E mais um pouco. Além de você ver uma explosão de cores, alegria, loucura e, porque não, pornografia, vai ter a chance de ver o seu acervo pessoal. Confesso que rolou um ligeiro mal estar com meu pequeno ao olharmos aqueles homenzinhos de quatro, sendo currados por et’s. Ainda bem que ele correu pro segundo andar. Mãe, vem ver que irado! Subi a escada correndo, imaginando o ápice da pornografia.
Eis que me deparo com o seu acervo pessoal. Não falo do seu tênis Nike surrado, nem dos seus skates hiper coloridos - que era a coisa irada que o João queria me mostrar. Falo dos registros lindos de sua passagem pela Bahia. Momentos de uma temporada em Trancoso, na casa do artista Kenny Scharf, casado com uma brasileira. O envolvimento dele com a família do amigo, é das coisas mais lindas. Suas polaroides no lago mostram momentos raros, singelos.
E o que dizer de suas lindas cartas enigmáticas, cheias de símbolos infantis e texto poético? Com isso, você decifra o que movia esse artista e tamanho talento. A gente imagina esse artista arrojado e moderno, cercado de luxúria e loucura. E ali, no 2º andar da exposição, concluimos que é pura fantasia da nossa mente sórdida – pelo menos a minha sei que é.
Aquele mezanino abriga a sua verdadeira identidade. Sua ingenuidade, pureza, docilidade. Um encantamento com a vida simples, que chega a dar inveja. E um sujeito surpreendentemente organizado. Suas anotações e compromissos eram anotados com ordem e até comentários. Entre eles, imagens de carimbos divertidos, como numa agenda de adolescente. Não poderia ser um carimbo qualquer. Seu carimbo também é pop. Diversas cabecinhas do Mickey habitam os seus compromissos.
Keith Haring é a diversão perfeita para um belo dia de sol.
Um deles é ir ao museu em um lindo dia de sol.
No último domingo, fui com meu pequeno, de oito anos, a uma das oitocentos e noventa boas exposições da cidade – a do Keith Haring. Devo confessar que a primeira reação que tenho, ao pensar na possibilidade de visitar uma exposição é a inércia. Sim, a inércia. Tão mais fácil esse negócio de visita virtual, não?! Passada essa vergonhosa primeira etapa, sigo rumo ao Conjunto Nacional.
Keith Haring é tudo aquilo que a gente imagina. E mais um pouco. Além de você ver uma explosão de cores, alegria, loucura e, porque não, pornografia, vai ter a chance de ver o seu acervo pessoal. Confesso que rolou um ligeiro mal estar com meu pequeno ao olharmos aqueles homenzinhos de quatro, sendo currados por et’s. Ainda bem que ele correu pro segundo andar. Mãe, vem ver que irado! Subi a escada correndo, imaginando o ápice da pornografia.
Eis que me deparo com o seu acervo pessoal. Não falo do seu tênis Nike surrado, nem dos seus skates hiper coloridos - que era a coisa irada que o João queria me mostrar. Falo dos registros lindos de sua passagem pela Bahia. Momentos de uma temporada em Trancoso, na casa do artista Kenny Scharf, casado com uma brasileira. O envolvimento dele com a família do amigo, é das coisas mais lindas. Suas polaroides no lago mostram momentos raros, singelos.
E o que dizer de suas lindas cartas enigmáticas, cheias de símbolos infantis e texto poético? Com isso, você decifra o que movia esse artista e tamanho talento. A gente imagina esse artista arrojado e moderno, cercado de luxúria e loucura. E ali, no 2º andar da exposição, concluimos que é pura fantasia da nossa mente sórdida – pelo menos a minha sei que é.
Aquele mezanino abriga a sua verdadeira identidade. Sua ingenuidade, pureza, docilidade. Um encantamento com a vida simples, que chega a dar inveja. E um sujeito surpreendentemente organizado. Suas anotações e compromissos eram anotados com ordem e até comentários. Entre eles, imagens de carimbos divertidos, como numa agenda de adolescente. Não poderia ser um carimbo qualquer. Seu carimbo também é pop. Diversas cabecinhas do Mickey habitam os seus compromissos.
Keith Haring é a diversão perfeita para um belo dia de sol.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
CUIDADO: VEADOS NA MARGINAL
São Paulo me surpreende a cada minuto. Se alguém me contasse eu não acreditaria.
Sugiro, portanto, que você veja com seus próprios olhos. Ao longo da Marginal Pinheiros, entre as pontes do Morumbi e João Dias, você verá surpreendentes placas de veados. Sim, veado. Na existência da placa eu acredito porque vi. Mas não há nada que me convença que ali, plena marginal, habitam veados. Acredito em um plano maior.
Minha teoria é que se trata de uma intervenção urbana. Algo genial. Causar estranhamento na gente que ali passa diariamente, achando que os dias são sempre os mesmos. Não. Eles não são. A placa é a prova. Um dia, sua rotina será quebrada. O dia em que você notá-la. Algumas câmeras foram secretamente instaladas pra captarem a sua expressão de surpresa, estranhamento, alegria ou seja lá o que você esboçar. Ainda não conclui o objetivo final desta intervenção urbana. Talvez uma ONG ligada aos direitos dos homossexuais, que subliminarmente queira nos passar a mensagem de “deixem os gays saltitarem em paz, nem que seja na marginal”. Ou então uma campanha ecológica, para pensarmos na extinção dos animais. E para lembrar que um dia habitaram veados em São Paulo.
Não consigo parar de formular teorias. Meu caminho pela marginal nunca mais será o mesmo.
Ps: Ao terminar este post, uma prova da minha ignorância. A placa com desenho do alce não é especificamente para os veados. Significa a presença de animais selvagens. Mas decido deixar minha crônica do jeito que está. Vamos encarar como licença poética.
Sugiro, portanto, que você veja com seus próprios olhos. Ao longo da Marginal Pinheiros, entre as pontes do Morumbi e João Dias, você verá surpreendentes placas de veados. Sim, veado. Na existência da placa eu acredito porque vi. Mas não há nada que me convença que ali, plena marginal, habitam veados. Acredito em um plano maior.
Minha teoria é que se trata de uma intervenção urbana. Algo genial. Causar estranhamento na gente que ali passa diariamente, achando que os dias são sempre os mesmos. Não. Eles não são. A placa é a prova. Um dia, sua rotina será quebrada. O dia em que você notá-la. Algumas câmeras foram secretamente instaladas pra captarem a sua expressão de surpresa, estranhamento, alegria ou seja lá o que você esboçar. Ainda não conclui o objetivo final desta intervenção urbana. Talvez uma ONG ligada aos direitos dos homossexuais, que subliminarmente queira nos passar a mensagem de “deixem os gays saltitarem em paz, nem que seja na marginal”. Ou então uma campanha ecológica, para pensarmos na extinção dos animais. E para lembrar que um dia habitaram veados em São Paulo.
Não consigo parar de formular teorias. Meu caminho pela marginal nunca mais será o mesmo.
Ps: Ao terminar este post, uma prova da minha ignorância. A placa com desenho do alce não é especificamente para os veados. Significa a presença de animais selvagens. Mas decido deixar minha crônica do jeito que está. Vamos encarar como licença poética.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
SOS - frases geniais
Preciso rechear o meu Manual de Sobrevivência em São Paulo com coisas interessantes. E de preferência, que retratem o pensamento do carioca e do paulistano - ou do paulista. O que um pensa do outro? Ou como cada um se enxerga? O que os diferencia? O que cada um tem de engraçado no seu comportamento? Não vale baixaria, nem linguagem depreciativa. Como não sei criar frases curtas geniais, preciso da ajuda dos universitários. Por favor, coloquem aqui no post frases que definam bem o paulistano ou o carioca. Ou então uma frase que sintetize a diferença entre estes dois povos. É fundamental que você me informe o seu nome, idade e profissão.
As melhores frases, serão colocadas no meu querido Manual, com seu devido crédito. Juro que não roubarei autoria das frases!
As melhores frases, serão colocadas no meu querido Manual, com seu devido crédito. Juro que não roubarei autoria das frases!
Das Alagoas pra Sampa
Só agora voltei de férias. Acho que sou a única blogueira que tem a cara-de-pau de tirar férias também do blog. Sei que estou dando mais munição para que os paulistas chamem os cariocas de vagabundos. Nem sequer enviei matérias para o blog, lá de onde estava, “nas” Alagoas. Assunto não faltava.
Antes de ir, uma amiga carioca fez um comentário que já daria pano pra manga. “Ah, eu não sabia que você tinha parentes por lá”, foi o que ela disse quando eu contei que passaria dez dias em Alagoas. A frase dela, subliminarmente, vem com o seguinte significado: “Gastar suas férias e seu dinheiro pra ir pra este fim de mundo, só se justifica se você tiver algum parente por lá. E só se for pai e mãe. “ Acabei não dando resposta à altura, uma vez que sofro da síndrome das respostas retardatárias. Só me lembro de uma resposta à altura, meses depois do desaforo, totalmente fora do timing.
Algumas observações no dia-a-dia do hotel dariam bons posts pro blog. Podia ter escrito lá do hotel, em “real time” – bacana meu inglês, não? - sobre a orgia gastronômica que é o tal sistema “all inclusive” de um resort. Presenciei depoimentos contundentes de hóspedes que assumiam que “precisavam” ir embora, pelo simples fato de não agüentarem mais comer. O tal sistema, faz qualquer um perder a compostura. Lotar o prato de lagosta, equilibrando aquelas carcaças até trinta centímetros de altura, era algo corriqueiro – porque sabe como é, tá tudo incluso, né? Uma vergonha.
E o que dizer do apartheid social? Ao entrar no restaurante, o aviso é claro: famílias com crianças só podem se instalar nas mesas do lado direito – bem distante das pessoas normais.
Os recreadores são um capítulo à parte. Se recreação infantil já é algo deprimente, o que dizer dos recreadores de adulto? No mínimo, uma profissão infeliz. As atividades escolhidas são sempre esdrúxulas, sendo a mais deprimente a hidroginástica. Muitos gritos e axé music a todo volume pra acompanhar. Detalhe: só os gordos participam, achando que finalmente encontraram um exercício “animado” para sair do ócio.
Mas se eu continuar falando das minhas férias vai parecer falta de assunto pro meu blog. E é mesmo. Preciso voltar ao que interessa: São Paulo na veia!
Estou de volta a terrinha!
Antes de ir, uma amiga carioca fez um comentário que já daria pano pra manga. “Ah, eu não sabia que você tinha parentes por lá”, foi o que ela disse quando eu contei que passaria dez dias em Alagoas. A frase dela, subliminarmente, vem com o seguinte significado: “Gastar suas férias e seu dinheiro pra ir pra este fim de mundo, só se justifica se você tiver algum parente por lá. E só se for pai e mãe. “ Acabei não dando resposta à altura, uma vez que sofro da síndrome das respostas retardatárias. Só me lembro de uma resposta à altura, meses depois do desaforo, totalmente fora do timing.
Algumas observações no dia-a-dia do hotel dariam bons posts pro blog. Podia ter escrito lá do hotel, em “real time” – bacana meu inglês, não? - sobre a orgia gastronômica que é o tal sistema “all inclusive” de um resort. Presenciei depoimentos contundentes de hóspedes que assumiam que “precisavam” ir embora, pelo simples fato de não agüentarem mais comer. O tal sistema, faz qualquer um perder a compostura. Lotar o prato de lagosta, equilibrando aquelas carcaças até trinta centímetros de altura, era algo corriqueiro – porque sabe como é, tá tudo incluso, né? Uma vergonha.
E o que dizer do apartheid social? Ao entrar no restaurante, o aviso é claro: famílias com crianças só podem se instalar nas mesas do lado direito – bem distante das pessoas normais.
Os recreadores são um capítulo à parte. Se recreação infantil já é algo deprimente, o que dizer dos recreadores de adulto? No mínimo, uma profissão infeliz. As atividades escolhidas são sempre esdrúxulas, sendo a mais deprimente a hidroginástica. Muitos gritos e axé music a todo volume pra acompanhar. Detalhe: só os gordos participam, achando que finalmente encontraram um exercício “animado” para sair do ócio.
Mas se eu continuar falando das minhas férias vai parecer falta de assunto pro meu blog. E é mesmo. Preciso voltar ao que interessa: São Paulo na veia!
Estou de volta a terrinha!
sábado, 26 de junho de 2010
Vida longa ao Botta Gallo!
Infelizmente não posso indicar esse oásis no Manual de Sobrevivência.
Merecer ele merece. E com louvor.
Mas lá só entram coisas que já passaram da fase do ôba-ôba. Apenas os que vieram pra ficar.
Boa dica de um entrevistado de peso - Marcello Serpa. Também conhecido como o cara da Almap.
O Bottega Botta Gallo só tem seis meses de vida. Até entra no Manual, mas uma mera citação do entrevistado, que não dá maiores detalhes desta maravilha.
Resolvi dar um pulo lá. A idéia era só tomar alguma coisa. Na minha filosofia, não dá pra cometer dois excessos de uma só vez. É comer ou beber.
De cara, o ambiente seduz. Charmoso e aconchegante, do jeito que gosto. Madeira rústica e paredes de tijolo. Musiquinha italiana gostosa, tudo no tom. Gostei dos galos espalhados – quadrinhos, objetos, esculturas..
A localização é um ponto fortíssimo, no trecho mais bacana da Jesuíno Arruda.
O grande barato do lugar é que oferece receitas italianas para serem partilhadas, como se fossem tapas. Começo a olhar as porções maravilhosas servidas nas mesas ao lado. Não tenho outra opção. Farei um combinado de excessos. Sai uma polenta com lascas de rabada e um nhoque grelhado em azeite com ricota e tomates frescos.
Como apreciadora de uma rabada bem feita, confesso que desconfiei que aquele tão charmoso e sofisticado local fosse capaz de realizar essa preciosidade com simplicidade e sem afetação . E um sabor inesquecível.
O nhoque foi dica do Marcio, simpatia de garçom. Sabe-se lá como conseguem grelhar o nhoque um a um. Só posso dizer que é uma experiência gastronômica das melhores.
São Paulo é assim, sabe impressionar.
Vida longa ao Botta Gallo!
Rua Jesuíno Arruda, 520 - Itaim Bibi - tel: 11 3078-2858
Merecer ele merece. E com louvor.
Mas lá só entram coisas que já passaram da fase do ôba-ôba. Apenas os que vieram pra ficar.
Boa dica de um entrevistado de peso - Marcello Serpa. Também conhecido como o cara da Almap.
O Bottega Botta Gallo só tem seis meses de vida. Até entra no Manual, mas uma mera citação do entrevistado, que não dá maiores detalhes desta maravilha.
Resolvi dar um pulo lá. A idéia era só tomar alguma coisa. Na minha filosofia, não dá pra cometer dois excessos de uma só vez. É comer ou beber.
De cara, o ambiente seduz. Charmoso e aconchegante, do jeito que gosto. Madeira rústica e paredes de tijolo. Musiquinha italiana gostosa, tudo no tom. Gostei dos galos espalhados – quadrinhos, objetos, esculturas..
A localização é um ponto fortíssimo, no trecho mais bacana da Jesuíno Arruda.
O grande barato do lugar é que oferece receitas italianas para serem partilhadas, como se fossem tapas. Começo a olhar as porções maravilhosas servidas nas mesas ao lado. Não tenho outra opção. Farei um combinado de excessos. Sai uma polenta com lascas de rabada e um nhoque grelhado em azeite com ricota e tomates frescos.
Como apreciadora de uma rabada bem feita, confesso que desconfiei que aquele tão charmoso e sofisticado local fosse capaz de realizar essa preciosidade com simplicidade e sem afetação . E um sabor inesquecível.
O nhoque foi dica do Marcio, simpatia de garçom. Sabe-se lá como conseguem grelhar o nhoque um a um. Só posso dizer que é uma experiência gastronômica das melhores.
São Paulo é assim, sabe impressionar.
Vida longa ao Botta Gallo!
Rua Jesuíno Arruda, 520 - Itaim Bibi - tel: 11 3078-2858
terça-feira, 22 de junho de 2010
Apelo
Odeio quem diz que as coisas têm que acabar no seu auge.
Não acredito nisso.
Vida longa ao casamento.
Vida longa às séries de TV.
Vida longa às férias de verão.
Vida longa aos lugares especiais.
Queria mesmo é falar desses lugares.
É tão bom quando descobrimos pequenos achados.
No fundinho de uma mercearia, há sete anos mora o Lá na Quitanda.
Pra cariocas, um oásis.
Comidinha deliciosa, de fazenda mineira. Nem dei falta da carne.
Anote aí. Rua Rodésia. Vila Madalena.
Sei que ele não vai acabar. Mas seu dono cismou de ir pra Minas.
Sou obrigada a fazer o apelo.
Vida longa às coisas especiais.
Alguém aí quer comprar?
Não acredito nisso.
Vida longa ao casamento.
Vida longa às séries de TV.
Vida longa às férias de verão.
Vida longa aos lugares especiais.
Queria mesmo é falar desses lugares.
É tão bom quando descobrimos pequenos achados.
No fundinho de uma mercearia, há sete anos mora o Lá na Quitanda.
Pra cariocas, um oásis.
Comidinha deliciosa, de fazenda mineira. Nem dei falta da carne.
Anote aí. Rua Rodésia. Vila Madalena.
Sei que ele não vai acabar. Mas seu dono cismou de ir pra Minas.
Sou obrigada a fazer o apelo.
Vida longa às coisas especiais.
Alguém aí quer comprar?
sábado, 19 de junho de 2010
Mocarzel, o paulistano de alma.
Adoro ir ao Rio de Janeiro. A frase denuncia que Evaldo Mocarzel não é mais carioca. Nenhum carioca trata o Rio com tanta cerimônia. Não precisa de nome e sobrenome. Só Rio.
Sua voz engana. Parece se tratar de um legítimo carioca. De Itacoatiara pro Anhangabaú. Literalmente. Largou um belo dia de sol na praia de Niterói, pegou o avião com o corpo ainda cheio de sal e aterrissou direto no centro de SP. Durante a viagem, olhando pra baixo, se perguntava: O que é que eu vim fazer aqui?
Nossa conversa passa pela sua trajetória de 20 anos em São Paulo, culminando em seu amor devoto à capital.
Não tive coragem de dizer o que ia dizer. Omiti os meus motivos pra gostar de São Paulo. Vergonha de expor minha pequenez pra quem vê beleza no trânsito, na decadência e na solidão de São Paulo. Ainda não concluí se ele é um homem evoluído ou um louco cego de paixão. Interessante. Reforça minha teoria da inadequação. A migração dos seres inadequados ao meio ambiente carioca é um sucesso quando rumam para São Paulo. A constatação de que Mocarzel já foi um inadequado não é minha. É do próprio. Corta pra adolescência do entrevistado. Sábado, céu azul, sol, galera na praia enchendo a cara. Exceto o estranho adolescente Evaldo, que prefere a companhia de gente de nome esquisito. Bergman, Truffaut. O tempo passou e o menino estranho se converteu em um paulistano de alma. Fundamentalista, como ele diz.
Mocarzel falou que os piores cariocas são os nascidos em Minas e no Sul. Será que os piores paulistanos são os que nascem fora daqui? Preciso refletir. Debater. Lembro que preciso voltar a um velho entrevistado. Outro inadequado que virou paulistano. João Luiz Woerdenbag Filho. Ou simplesmente Lobão.
Sua voz engana. Parece se tratar de um legítimo carioca. De Itacoatiara pro Anhangabaú. Literalmente. Largou um belo dia de sol na praia de Niterói, pegou o avião com o corpo ainda cheio de sal e aterrissou direto no centro de SP. Durante a viagem, olhando pra baixo, se perguntava: O que é que eu vim fazer aqui?
Nossa conversa passa pela sua trajetória de 20 anos em São Paulo, culminando em seu amor devoto à capital.
Não tive coragem de dizer o que ia dizer. Omiti os meus motivos pra gostar de São Paulo. Vergonha de expor minha pequenez pra quem vê beleza no trânsito, na decadência e na solidão de São Paulo. Ainda não concluí se ele é um homem evoluído ou um louco cego de paixão. Interessante. Reforça minha teoria da inadequação. A migração dos seres inadequados ao meio ambiente carioca é um sucesso quando rumam para São Paulo. A constatação de que Mocarzel já foi um inadequado não é minha. É do próprio. Corta pra adolescência do entrevistado. Sábado, céu azul, sol, galera na praia enchendo a cara. Exceto o estranho adolescente Evaldo, que prefere a companhia de gente de nome esquisito. Bergman, Truffaut. O tempo passou e o menino estranho se converteu em um paulistano de alma. Fundamentalista, como ele diz.
Mocarzel falou que os piores cariocas são os nascidos em Minas e no Sul. Será que os piores paulistanos são os que nascem fora daqui? Preciso refletir. Debater. Lembro que preciso voltar a um velho entrevistado. Outro inadequado que virou paulistano. João Luiz Woerdenbag Filho. Ou simplesmente Lobão.
terça-feira, 15 de junho de 2010
O Lado B de São Paulo.
Você precisa conhecer o Mocarzel.
Mais uma vez a ignorância.
Não tinha idéia da importância dessa pessoa.
Meu entrevistado ilustre - Ruy Castro - me indicou alguém e sou obrigada a seguir essa pista.
Você precisa conhecer esse cara!
Rápido, google nele. Mocarzel é de Niterói. Em São Paulo há quase 20 anos. Documentarista. Discute questões sociais. O cara é profundo. Muitos prêmios. Sua trilogia de documentários se chama "À Margem". À margem do concreto, à margem do lixo e por aí vai. Esse cara entende de Sobrevivência em São Paulo.
Decifra o lado B da cidade.
Email pra ele. O cara dos assuntos espinhosos exala doçura. É um apaixonado por São Paulo. Diz que foi abduzido.
Já temos algo em comum.
Adoro São Paulo. Confesso a ele meus motivos?
Adoro São Paulo porque não tenho idéia de onde fica o Capão Redondo.
Porque fico dias sem passar pelo Tietê.
Porque meu mundo é o Morumbi.
Assim é São Paulo.
São Paulo é pra quem pode.
Quem pode constrói a sua própria cidade.
A minha é bem longe da realidade.
Vai ser bom conhecer o Mocarzel.
Mais uma vez a ignorância.
Não tinha idéia da importância dessa pessoa.
Meu entrevistado ilustre - Ruy Castro - me indicou alguém e sou obrigada a seguir essa pista.
Você precisa conhecer esse cara!
Rápido, google nele. Mocarzel é de Niterói. Em São Paulo há quase 20 anos. Documentarista. Discute questões sociais. O cara é profundo. Muitos prêmios. Sua trilogia de documentários se chama "À Margem". À margem do concreto, à margem do lixo e por aí vai. Esse cara entende de Sobrevivência em São Paulo.
Decifra o lado B da cidade.
Email pra ele. O cara dos assuntos espinhosos exala doçura. É um apaixonado por São Paulo. Diz que foi abduzido.
Já temos algo em comum.
Adoro São Paulo. Confesso a ele meus motivos?
Adoro São Paulo porque não tenho idéia de onde fica o Capão Redondo.
Porque fico dias sem passar pelo Tietê.
Porque meu mundo é o Morumbi.
Assim é São Paulo.
São Paulo é pra quem pode.
Quem pode constrói a sua própria cidade.
A minha é bem longe da realidade.
Vai ser bom conhecer o Mocarzel.
sábado, 12 de junho de 2010
Uma carioca que não tuita
Estou morta.
Foi a conclusão que cheguei ontem após sair do YouPix.
Não acredito! Você não sabe o que é YouPix?
Tá bom, eu explico. O evento que traz o melhor da web para o mundo real.
A frase não é minha. É o slogan do evento.
E o que isso tem a ver com o Manual?
Tudo.
Minhas conselheiras tecnológicas - na verdade duas, Ana e Roberta - não admitem que eu simplesmente não faça parte do novo mundo. É isso mesmo, eu não tuito. E nem sei como me relacionar no facebook.
Elas sentenciam. Manual e blog sem twitter, nem pensar.
Aí surge o YouPix. Minha chance de me redimir, me salvar.
De cara, vejo que sou jurássica.
Minha clássica bota de couro é inadequada.
Devia ter investido em um nike retrô.
Meu notebook à tiracolo não ajuda. Só denuncia meu atraso.
Logo na entrada, a recepcionista pergunta sobre meu twitter. Fiz que não ouvi e segui rumo ao auditório. Confesso que o conteúdo do forum não me atraiu muito. Mas quando li que o mediador seria um User Evangelist da Microsoft, achei imperdível. O que diabos seria isso? Seria ele uma pessoa ou um robô? Um cara desses deve definir nosso futuro virtual.
Sai de lá sem entender que raio de profissão é essa. Mas aprendi que essa gente entende mesmo do babado. São feras em comportamento, relacionamento. Vivem intensamente fora da websfera. São cultos, estudiosos do assunto. O evento já valeu pela minha conclusão. Se quem faz o mundo virtual é assim, estamos em boas mãos.
Depois foi a vez do debate das mulheres. Nada muito conclusivo, como era de se esperar. Mas quem disse que elas querem concluir? O importante é debater.
E elas são cheias de estilo. Jornalistas, modernas, independentes, criativas.
Quero ser que nem elas quando crescer.
Todas têm blog, twitter, facebook, pertencem a todas as redes sociais.
Estou exausta. Lembro que mal consigo dar conta de ler o jornal.
Nada me convenceu. Morta continuarei.
Foi a conclusão que cheguei ontem após sair do YouPix.
Não acredito! Você não sabe o que é YouPix?
Tá bom, eu explico. O evento que traz o melhor da web para o mundo real.
A frase não é minha. É o slogan do evento.
E o que isso tem a ver com o Manual?
Tudo.
Minhas conselheiras tecnológicas - na verdade duas, Ana e Roberta - não admitem que eu simplesmente não faça parte do novo mundo. É isso mesmo, eu não tuito. E nem sei como me relacionar no facebook.
Elas sentenciam. Manual e blog sem twitter, nem pensar.
Aí surge o YouPix. Minha chance de me redimir, me salvar.
De cara, vejo que sou jurássica.
Minha clássica bota de couro é inadequada.
Devia ter investido em um nike retrô.
Meu notebook à tiracolo não ajuda. Só denuncia meu atraso.
Logo na entrada, a recepcionista pergunta sobre meu twitter. Fiz que não ouvi e segui rumo ao auditório. Confesso que o conteúdo do forum não me atraiu muito. Mas quando li que o mediador seria um User Evangelist da Microsoft, achei imperdível. O que diabos seria isso? Seria ele uma pessoa ou um robô? Um cara desses deve definir nosso futuro virtual.
Sai de lá sem entender que raio de profissão é essa. Mas aprendi que essa gente entende mesmo do babado. São feras em comportamento, relacionamento. Vivem intensamente fora da websfera. São cultos, estudiosos do assunto. O evento já valeu pela minha conclusão. Se quem faz o mundo virtual é assim, estamos em boas mãos.
Depois foi a vez do debate das mulheres. Nada muito conclusivo, como era de se esperar. Mas quem disse que elas querem concluir? O importante é debater.
E elas são cheias de estilo. Jornalistas, modernas, independentes, criativas.
Quero ser que nem elas quando crescer.
Todas têm blog, twitter, facebook, pertencem a todas as redes sociais.
Estou exausta. Lembro que mal consigo dar conta de ler o jornal.
Nada me convenceu. Morta continuarei.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Peripécias de uma carioca em São Paulo tentando desesperadamente finalizar o raio de um manual de sobrevivência - Parte 1
Nunca li o Anjo Pornográfico. Nem a biografia do Garrincha. Muito menos a da Carmem Miranda. Não sei ao certo o que vim fazer aqui. A arte e a ciência da biografia. Este é o tema do curso. Ruy Castro aqui, na minha frente. Uma platéia silenciosa de pagantes absorve cada palavra do mestre – enquanto eu concluo que jamais escreverei uma biografia. Não tenho essa obsessão pela informação. E jamais dedicaria três anos ininterruptos a um único personagem. Nem vamos falar da competência necessária. Volto minha atenção ao que ele diz. O biógrafo precisa de muita bagagem. No meu caso, só roubando.
Parte final. Abrem para as perguntas. Vocês sentirão vergonha por mim. Mas eu precisava matar essa dúvida. Ele insistiu durante toda a aula que não é possível biografar alguém vivo. Mas como ele foi capaz de biografar o Washington Olivetto? Abro a boca. Começo a perguntar. Vejo a cara de interrogação que o autor faz e percebo meu erro. Grosseiro. Imperdoável. Admito ter uma certa propensão pra confundir coisas. Nunca sei se o Scarface era Robert de Niro ou Al Pacino. Mas na cara do autor, o furo é imperdoável. Me dou conta que não foi ele quem escreveu sobre a vida do publicitário. Agora é tarde. Fernando Morais.
Parte final. Abrem para as perguntas. Vocês sentirão vergonha por mim. Mas eu precisava matar essa dúvida. Ele insistiu durante toda a aula que não é possível biografar alguém vivo. Mas como ele foi capaz de biografar o Washington Olivetto? Abro a boca. Começo a perguntar. Vejo a cara de interrogação que o autor faz e percebo meu erro. Grosseiro. Imperdoável. Admito ter uma certa propensão pra confundir coisas. Nunca sei se o Scarface era Robert de Niro ou Al Pacino. Mas na cara do autor, o furo é imperdoável. Me dou conta que não foi ele quem escreveu sobre a vida do publicitário. Agora é tarde. Fernando Morais.
Peripécias de uma carioca em São Paulo tentando desesperadamente finalizar o raio de um manual de sobrevivência - Parte 2
Para que os leitores – se é que existe mais de um - não me considerem tão ignorante, me sinto obrigada a dizer que li tudo o que o cara mencionado no post acima escreveu sobre bossa nova, Ipanema e Carnaval.
Esse cara me ajudou a entender o que é ser carioca. E como eu amo ser carioca.
Esse cara me mostrou ser possível escrever bem sem afetação. Com charme. Com humor. E tudo ao mesmo tempo!
É sofisticado sem parecer sofisticado. Sem excessos.
Um padrão a ser perseguido.
Sinto uma vergonha profunda.
Preciso ler o Anjo Pornográfico. E a biografia do Garrincha.
Não posso esquecer a da Carmem Miranda.
Esse cara me ajudou a entender o que é ser carioca. E como eu amo ser carioca.
Esse cara me mostrou ser possível escrever bem sem afetação. Com charme. Com humor. E tudo ao mesmo tempo!
É sofisticado sem parecer sofisticado. Sem excessos.
Um padrão a ser perseguido.
Sinto uma vergonha profunda.
Preciso ler o Anjo Pornográfico. E a biografia do Garrincha.
Não posso esquecer a da Carmem Miranda.
Peripécias de uma carioca em São Paulo tentando desesperadamente finalizar o raio de um manual de sobrevivência - Parte 3
Ponto de virada do meu roteiro. A farsa acaba. Confesso. Tudo mentira.
Desde o começo, eu sabia exatamente o que eu queria no tal curso de biografia relatado no meu primeiro post. Esqueceram que eu tenho um Manual de Sobrevivência em São Paulo pra terminar? Sozinha me sinto insegura. Não chego a lugar nenhum. Preciso de gente grande ao meu lado. Nada melhor do que o Ruy Castro pra encorpar o meu time peso pesado de entrevistados.
A tortura começa. Quatro dias de curso. Primeiro dia. Preciso esperar os intervalos. Iniciarei um rápido bate-papo com o autor. Coisas inesperadas acontecem. Fãs se aglomeram ao redor do ídolo. Espécimes paulistanos são seres diferentes. Tietam indiscriminadamente. Ruy Castro é uma espécie de pop star. Flashes aos montes. Pedidos de dedicatória. Estou vendo a hora que a fã vai levantar a blusa. Autógrafo no seio. Mais flashes. Não acaba nunca.
Espero o dia seguinte. Segunda aula. Estava com tudo na ponta da língua. Abrem-se a perguntas no final. Acontece o furo do século. Não repetirei o que aconteceu. Humilhante demais. Ver relato do furo no segundo parágrafo do post Peripécias parte 1. Minha dignidade foi abalada. Não há condição psicológica para uma entrevista.
Terceiro dia. Final da aula. Flashes, dedicatórias, autógrafos. Consigo me aproximar. Inicio o papo falando de uma amiga em comum. Vamos chamá-la de E. P. Não pensem se tratar de uma menor. Ruy Castro não é pedófilo. Abrevio o nome dela em respeito ao seu estilo reservado. Intelectual respeitadíssima. Não quer holofote. Embora ser citada nesta crônica esteja muito longe de significar uma alta exposição na mídia.
Voltando ao papo. Ele me recebe muito bem. Falar de E.P foi certeiro. Excelente referência. No mínimo, ele pode presumir que não sou uma fã psicopata. Obrigada E.P.
O papo não podia ser dos melhores. Seja na maneira de escrever ou de falar, sua prosa é deliciosa.
Começa falando de sua vinda pra São Paulo. Ao contrário de muitos cariocas, não veio por estar decadente no Rio. Era o ano de 1979. Já era um respeitadíssimo jornalista. Pupilo de Paulo Francis. Também não veio por motivos políticos. Sua motivação é das mais prosaicas. Ele não quer ir pra São Paulo. Ele quer é fugir do Rio. De um amor mal resolvido.
A entrevista com esse ícone da nossa elite intelectual toma um rumo imprevisível.
Gira em torno das peripécias sexuais do jovem Ruy na paulicéia. Concluo que uma bimbada pode mudar o destino de um homem. Nem Ruy Castro está imune.
Não consegui sair desta etapa. O tempo acabou. Resta-me esperar sua volta de Portugal.
Desde o começo, eu sabia exatamente o que eu queria no tal curso de biografia relatado no meu primeiro post. Esqueceram que eu tenho um Manual de Sobrevivência em São Paulo pra terminar? Sozinha me sinto insegura. Não chego a lugar nenhum. Preciso de gente grande ao meu lado. Nada melhor do que o Ruy Castro pra encorpar o meu time peso pesado de entrevistados.
A tortura começa. Quatro dias de curso. Primeiro dia. Preciso esperar os intervalos. Iniciarei um rápido bate-papo com o autor. Coisas inesperadas acontecem. Fãs se aglomeram ao redor do ídolo. Espécimes paulistanos são seres diferentes. Tietam indiscriminadamente. Ruy Castro é uma espécie de pop star. Flashes aos montes. Pedidos de dedicatória. Estou vendo a hora que a fã vai levantar a blusa. Autógrafo no seio. Mais flashes. Não acaba nunca.
Espero o dia seguinte. Segunda aula. Estava com tudo na ponta da língua. Abrem-se a perguntas no final. Acontece o furo do século. Não repetirei o que aconteceu. Humilhante demais. Ver relato do furo no segundo parágrafo do post Peripécias parte 1. Minha dignidade foi abalada. Não há condição psicológica para uma entrevista.
Terceiro dia. Final da aula. Flashes, dedicatórias, autógrafos. Consigo me aproximar. Inicio o papo falando de uma amiga em comum. Vamos chamá-la de E. P. Não pensem se tratar de uma menor. Ruy Castro não é pedófilo. Abrevio o nome dela em respeito ao seu estilo reservado. Intelectual respeitadíssima. Não quer holofote. Embora ser citada nesta crônica esteja muito longe de significar uma alta exposição na mídia.
Voltando ao papo. Ele me recebe muito bem. Falar de E.P foi certeiro. Excelente referência. No mínimo, ele pode presumir que não sou uma fã psicopata. Obrigada E.P.
O papo não podia ser dos melhores. Seja na maneira de escrever ou de falar, sua prosa é deliciosa.
Começa falando de sua vinda pra São Paulo. Ao contrário de muitos cariocas, não veio por estar decadente no Rio. Era o ano de 1979. Já era um respeitadíssimo jornalista. Pupilo de Paulo Francis. Também não veio por motivos políticos. Sua motivação é das mais prosaicas. Ele não quer ir pra São Paulo. Ele quer é fugir do Rio. De um amor mal resolvido.
A entrevista com esse ícone da nossa elite intelectual toma um rumo imprevisível.
Gira em torno das peripécias sexuais do jovem Ruy na paulicéia. Concluo que uma bimbada pode mudar o destino de um homem. Nem Ruy Castro está imune.
Não consegui sair desta etapa. O tempo acabou. Resta-me esperar sua volta de Portugal.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Blog pra quê?
O intuito do blog é que você acompanhe o desenvolvimento e finalização do meu querido Manual de Sobrevivência em São Paulo - um guia para cariocas e simpatizantes.
O mais sincero objetivo do manual é que os cariocas de alma, aqueles nascidos no Rio ou em qualquer canto do planeta, possam desvendar e entender uma cultura tão complexa e peculiar como a paulistana.
Você pode ser um novo morador da cidade, turista acidental ou um simples visitante. Seja lá o que esteja fazendo na capital, é importante que entenda a megalópole e seu povo - in ou mal compreendido pelos cariocas.
O mais sincero objetivo do manual é que os cariocas de alma, aqueles nascidos no Rio ou em qualquer canto do planeta, possam desvendar e entender uma cultura tão complexa e peculiar como a paulistana.
Você pode ser um novo morador da cidade, turista acidental ou um simples visitante. Seja lá o que esteja fazendo na capital, é importante que entenda a megalópole e seu povo - in ou mal compreendido pelos cariocas.
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