segunda-feira, 27 de setembro de 2010

SOS MINORIA DO CONDOMÍNIO CIDADE JARDIM

O pequeno grupo de abastados, moradores do Condomínio Parque Cidade Jardim, vem sendo achincalhado pela classe jornalística e pelos urbanistas.

Vamos nos unir em prol da questão sócio-antropológica-ambiental que envolve essa minoria, vítima de grupos poderosos e mal intencionados - os B.O.G. Ou Bando de Olho Gordo, como você preferir.

Vamos nos unir e pedir que os B.O.G os deixem em paz!
Convoco todos os interessados para UM ABRAÇO COLETIVO ao redor do condomínio Parque Cidade Jardim. Vamos dar as mãos contra o preconceito! Vista-se de branco - camiseta básica off white Chanel - e junte-se a mim! Neste domingo, após o brunch!

PS: Veja, abaixo, minha emocionada carta solidária a um anônimo morador.

CARTA A UM MORADOR DO CONDOMÍNIO PARQUE CIDADE JARDIM
Eu não vivo numa bolha. Você, que declarou isso hoje à Folha, ganhou minha simpatia. Queria ser sua amiga, estender a minha mão. Sei o quanto é difícil a gente assumir certas posições.

Então vamos combinar assim. Juro fingir que acredito. Você não vive numa bolha. Embora more em um condomínio que mantém um funcionário na garagem apenas para ajudar a retirar as compras dos moradores do carro, um conciérge 24 horas para pedir táxi e pizza, além de ter abaixo dos seus pés mais de cem lojas classe-mais-do-que-A, oito luxuosas salas de cinema e mais de vinte opções gastronômicas de primeira. E para levar seus filhos à aula de judô, natação ou ginástica basta pegar o elevador.
Por mim, tá tudo certo. Vou repetir para que você se convença. Você não vive numa bolha.

Mas que você vive em algum lugar, isso você vive. Já concordei em fingir que não se trata de uma bolha.

Será que te magoarei se eu disser que você vive em um mundo bizarro?

Um comentário:

  1. Sempre achei engraçado o comportamento das pessoas que se tornaram abastadas (não me importa de que maneira conseguiram isso), e por uma razão que ainda não consigo entender, fazem questão de dizer que continuam simples, que vieram da base, que houvem pagode, samba raiz e forró universitário.

    Que vivem como pessoas normais.

    Esse é o fenômeno do novo-rico. O verdadeiro rico, aquele rico-de-berço, exibe seu Porshe sim. Bate no peito e diz "É meu! Eu paguei! Não é legal esse meu brinquedo?" O rico-de-berço mora nessa bolha por estilo de vida, necessidade da vida, e não para mostrar.

    O YouTube está disponível a todos, e com paciência vocês podem encontrar bons videos com o "life style" de pessoas ricas da Inglaterra para se ter uma idéia do que estou falando.

    O meu desegrado não é para com o novo-rico ou com o rico-de-berço. Na realidade eu não estou nem aí para nenhum dos dois tipos. Alías, se um dia eu ficar rico mesmo, nem pensem que continuarei morando no apartamento que moro na Zona Norte só para continuar com minha maneira simples de ser...Terei meu Porshe também.

    O meu receio é da prole. Seus filhos estão crescendo não na bolha, mas no mundo bizarro como bem diz a Rachel. Seus filhos vivem de amigos que nunca viram no Facebook, nunca atravessaram uma rua e nem sentiram o cheiro da água da chuva no asfalto quente.

    Sua prole está sendo criada para ter criados. Crianças dando ordens a adultos.

    A causa procedendo o efeito. Isso se chama "singularidade" e só acontece na beirada dos buracos-negros.

    Isso só acontece em um mundo bizarro.

    Como já diz um novo-velho clichê: "Não vamos deixar um mundo melhor para nossos filhos, mas sim filhos melhores para o nosso mundo".

    Mas pensando bem, para a bizarrice que é o mundo deles, até que está bom demais...

    ...e o convite para conhecerem o meu mundo estará sempre aberto. (Ah...deixo o aviso que será difícil escrever no Facebook a sensação do cheiro de chuva no asfalto quente).

    Rubens Gouveia
    http://rubensgouveia.blog.terra.com.br/

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