domingo, 19 de setembro de 2010

Augusta

No último sábado realizei meu grande sonho. Lá estava eu, no reduto dos modernos e alternativos. A emblemática Augusta.

Achava tentadora a idéia de explorar o seu lado B, do outro lado da Paulista. De preferência à noite. Sempre olhei curiosa aquele movimento a pé de jovens vestidos de preto e cabelos coloridos.

Consegui uma companhia para esta roubada. A vítima, uma amiga carioca desavisada.
Confesso que preferia não ter realizado esta fantasia. Deveria ter ficado com minha rica imaginação de que seria um passeio memorável, incrível.

Estacionei bem longe, para aproveitar cada quarteirão. A cada passo, continha minha vontade de correr de volta para meu carro. Não bastasse cruzar com um monte de gente feia e mal vestida, em uma Augusta soturna, ainda tinha a companhia bizarra de malucos e mendigos.

Enquanto andávamos, observamos que ali os perfis predominantes eram de: estudantes, pretenso artistas incompreendidos ou jornalistas. Ou seja, só duros. Duros que se denominam alternativos. Sejamos realistas. Os sem-grana não têm muita opção. Melhor virar alternativo.

Prometi para minha amiga que lá no final, tinha um lugar bacanérrimo. Não era mentira. É a Zcarniceria. Precisava conhecer. Li que os modernos adoram. Depois de muito andar, lá chegamos. Fiquei feliz quando vi que estava lotado. O visual do lugar é realmente incrível. Ainda mantém as características de um antigo açougue. A porta parece a casa do Jack, o estripador. Ao invés de maçanetas, dois facões. Definitivamente, não era lugar para um simples chopinho. Pensei em se tratar de um bar, mas tinha ares de baladinha. Lotada de modernos e alternativos, da espécie com grana. Vejo que são poucos, mas existem. Presumo estarem todos lá.

Resolvemos dar a meia volta rumo ao estacionamento. Loucas por um chopp. E para ver gente normal. Rumo ao Sujinho.

Um comentário:

  1. Este comentário mostra que você ainda tem muito a aprender com a cultura paulistana. A diferença cultural, aqui, não necessariamente é a diferença financeira. E aí mora o choque cultural de quem frequenta essa região da Augusta.

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