tag:blogger.com,1999:blog-80723472153359330042024-02-18T18:32:42.060-08:00Manual de sobrevivência em São PauloRAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.comBlogger67125tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-9053502076188846722012-09-02T14:44:00.000-07:002012-09-02T16:26:54.801-07:00Sonho de cidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Imagine um sonho assim: você suando, irritado, mais um na multidão. Fecha os olhos, respira fundo e</div>
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anda dez passos. Ao abri-los, percebe que voltou no tempo.Você foi magicamente transportado para um palacete dos anos 40.</div>
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Esta é a sensação que se tem ao sair das calçadas da agitadíssima Av Brigadeiro Faria Lima e adentrar o maravilhoso universo do Museu da Casa Brasileira.</div>
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O palacete abriga uma belíssima coleção de mobiliário de épocas passadas. </div>
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A cidade, aparentemente caótica, abriga pequenos sonhos possíveis. Essa é mágica de São Paulo.</div>
<br />
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<a href="http://portaldorodeiro.com.br/cr/wp-content/uploads/2011/10/Museu-da-Casa-Brasileira-620x200.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" height="128" src="http://portaldorodeiro.com.br/cr/wp-content/uploads/2011/10/Museu-da-Casa-Brasileira-620x200.jpg" style="display: block; opacity: 1; visibility: visible;" title="Museu da Casa Brasileira" width="400" /></a></div>
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<strong>O poder da colher</strong><br />
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Dentro desse sonho, chamado Museu da Casa Brasileira, o elemento mais surpreendente é a exposição Colheres de Bambu. Devo confessar minha pequenez de alma quando pensei estar ali apenas para admirar o trabalho do designer do momento Todd Bracher (e assim gerar comentários do tipo olha como ela é antenada) e que vergonhosamente pensei ser absurdo que o mesmo museu tivesse a coragem de expor uma banal coleção de colheres de bambu. <br />
<br />
Quanta arrogância a minha acreditar que o ápice na vida de uma colher de bambu seria em uma singela barraquinha forrada de chita em Embu das Artes (pra quem não conhece, um município vizinho a capital, que é uma espécie de feira de artesanto a céu aberto). <br />
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<img alt="Vitor Nogueira" border="0" height="145" src="http://www.bambuzau.com.br/images/fbmuitas1_p.jpg" width="200" /></div>
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Sorte delas, colheres, terem se tornado a razão de viver do capixaba Alvaro Abreu, que as esculpe em infindáveis formas e tamanhos, sempre respeitando sua alma, cor, cheiro e vontade. Percebe-se que já estou impregnada do trabalho desse homem que dá vida e voz ao bambu. Desde que teve um enfarto, há dezessete anos, Alvaro dedica sua vida às colheres. E eu, errante como sempre, achando que fábulas não eram possíveis. </div>
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Mesmo que você não se comova com o trabalho desse capixaba e sua vontade de transformar, com seu amor e dedicação, todo bambu que toca em colher, pelo menos você lembrará que um dia foi criança, diante das definições e serventias de cada colher. Pra cada uma delas, lemos frases assim:</div>
<div style="text-align: left;">
- esmagar uma formiga</div>
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- dar comida ao ancião</div>
<div style="text-align: left;">
- tomar sopa bem quente</div>
<div style="text-align: left;">
- rapar os restos. </div>
<div style="text-align: left;">
- acordar os vizinhos</div>
<div style="text-align: left;">
- insistir em ser ouvido</div>
<div style="text-align: left;">
- chamar pra comer</div>
<div style="text-align: left;">
- tirar o amassado.</div>
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</div>
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Numa cidade tão castigada e tão por isso desconfiada como São Paulo o impacto da ingenuidade e a pureza da mensagem das colheres se torna ainda maior. </div>
<br />
<em><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"> "Tenho visto pessoas sentindo emoções que beiram a ternura diante das minhas colheres de bambu. Em muitas percebe-se uma saudade de tempos antigos. Há quem, com uma colher na mão, fique mexendo uma panela imaginária, rindo e respirando fundo, como se estivesse sentindo o cheiro de goiaba doce."</span></em> <br />
Alvaro Abreu<br />
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<strong>Além das colheres, fotos.</strong></div>
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O sábio fotógrafo Hans Hansem captou a alma dessas colheres desde o primeiro momento que conheceu o trabalho de Alvaro de Abreu. E seu registro fotográfico resulta em belas fotos que retratam a magia das colheres de bambu.<br />
<br />
<strong>Museu da Casa Brasileira</strong><br />
De 3af a domingo, das 10h às 18h<br />
Av Brigadeiro Faria Lima, 2705<br />
ingresso: R$ 4,00</div>
<br />RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-2896904568635746432012-08-31T13:01:00.000-07:002012-09-02T10:33:52.661-07:00A arte da redução<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-UBmlAFyHY7abzfX8tpj2ylNNDn_nuXeKIEU-DGZyQ8ujqutj2zqffXTXerYCBui2w3j_bnLKbaKJR4vQFrSmv7WDI7oRCc-2MuEUJMdwSBINMW23q5Sljql7gDb8jKzWwJ4C2zQt2VjH/s1600/todd+archer+mesa+boom.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-UBmlAFyHY7abzfX8tpj2ylNNDn_nuXeKIEU-DGZyQ8ujqutj2zqffXTXerYCBui2w3j_bnLKbaKJR4vQFrSmv7WDI7oRCc-2MuEUJMdwSBINMW23q5Sljql7gDb8jKzWwJ4C2zQt2VjH/s320/todd+archer+mesa+boom.jpg" width="320" /></a></div>
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Todd Bracher é um designer em ascensão. Eu sei, poderia conferir seu trabalho pela internet. Mas ainda bem que resolvi conferir de perto. São poucas peças, mas o suficiente para entender o universo desse jovem designer americano. A ideia de colocar os vídeos com o criador explicando o processo de criação de suas peças, nos faz pensar na importância da busca pela simplicidade e da essência, seja na arte ou na vida.<br />
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Poucos artistas conseguem atingir a essência. Conseguir distinguir o que é excesso do que é essência pode parecer simples, mas não é. E quando um artista ou um criador consegue atingir esse conceito, o resultado é quase sempre uma coisa desconcertante tamanha a beleza e simplicidade.<br />
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O trabalho de Todd Bracher é irritantemente simples. Uma espécie de João Gilberto do design.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8WZ11deGvQTm0lMzEgPRRdbhk1KuWP6KjOrkdnnw_NbSezwjfwkxbxoOqcI247h6BpmYZmzKr-VvObhQdbiPVmz0ASzGthmIZ4se4aJXGdL7_2dTC1GW6BRiQMJX_NgnGwOOOX-nyYeLG/s1600/todd+bracher+luminaria+Dome.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8WZ11deGvQTm0lMzEgPRRdbhk1KuWP6KjOrkdnnw_NbSezwjfwkxbxoOqcI247h6BpmYZmzKr-VvObhQdbiPVmz0ASzGthmIZ4se4aJXGdL7_2dTC1GW6BRiQMJX_NgnGwOOOX-nyYeLG/s1600/todd+bracher+luminaria+Dome.jpg" /></a></div>
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<br />
Todd Bracher - A essência das coisas<br />
Museu da Casa Brasileira<br />
Av Brigadeiro Faria Lima, 2705<br />
De 23/08 a 21/10<br />
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<br />RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-1681528246338357942012-08-11T10:06:00.003-07:002012-08-11T10:52:44.427-07:00Para que serve a Bienal?Lá fui eu visitar a Bienal. Sempre que penso em ir a uma feira gigante dessas, tendo a achar que de nada serve. Afinal, hoje temos tantas mega livrarias que parecem nos oferecer opções ilimitadas de títulos... <br /><br /> Mas quando você lá adentra, tem a noção exata de que se existe algum recado que a feira pode dar, é de que só os livros podem nos salvar.<br /><br />
Tirando as adolescentes histéricas que não sabemos ao certo se estão ali pra esperar a Thalita Rebouças ou porque simplesmente foram atrás de um cartaz gratuito do Justin Bieber no estande da Revista Atrevida, vemos uma atmosfera de visitantes que devem fazer parte da famosa nova classe média. Pra quem não sabe, a nova classe média é o povão que antigamente não tinha dinheiro pra ir ao teatro, mas atualmente até tem dinheiro pra ir ao teatro mas não vai, mas pelo menos compra livro Ágape e do Padre Fábio de Mello. <br /><br /> E não é curioso que, essa classe tão comentada que parece não comparecer em massa a lugar nenhum (exceto nos gráficos de queijo e pirâmides mostrados nos jornais e nas pesquisas do IBGE), esteja tão lindamente feliz em plena 6af se encantando com os livros nos corredores da Bienal? Começo a ver que estou errada. Com todo respeito que tenho pela fé de cada um, vejo que os campos de interesse estão muito além da religão. Culinária, viagem, clássicos, sexo, tudo parece interessar. A tal classe média esmiuça tudo, "perde" horas nos estandes e quase não come (fenômeno esse que me intriga, a praça de alimentação era um dos locais mais vazios da feira) <br /><br />
E não posso me esquecer de falar naquele lindo cartaz que me chamou atenção. Nos postes e muro em frente ao ponto de ônibus, lia-se: "Pai MackNuclear. Lê poema / Desamarra prosa / Traz seu texto de volta em 7 dias". E foi assim que descobri essa tribo ativista do amor, que tem uma espécie de coletivo que espalha poesias pela cidade. Nada melhor do que a imagem de um cartaz dessa galera do Movimento Terrorismo Poético que não se contamina e ainda planta ternura nos quatro cantos da cidade.
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtwjUo7ZUhmqabicnRt5gJyGpkDSutXNFrAz48kBrPeaXR2tusUCI05ugnGJv3BNW-Tku7OscVnQPDEGykyFyVVM6wtGq5Kf8pYKTOfKIweUaFXQi3LOzUmEpTH5vE1cg3xNA2MG1QXkSc/s1600/vendo+cola.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="301" width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtwjUo7ZUhmqabicnRt5gJyGpkDSutXNFrAz48kBrPeaXR2tusUCI05ugnGJv3BNW-Tku7OscVnQPDEGykyFyVVM6wtGq5Kf8pYKTOfKIweUaFXQi3LOzUmEpTH5vE1cg3xNA2MG1QXkSc/s400/vendo+cola.jpg" /></a></div>RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-73038910402655105962012-08-11T08:41:00.002-07:002012-08-11T09:28:28.169-07:00Estive lá. Mas já voltei.Sair à francesa = sair furtivamente, em silêncio ; esgueirar-se de um local, geralmente escapando de uma situação incômoda. <br /><br /> Eu não sei o que diz o manual de boas maneiras dos blogs. Só sei que a hipótese de comunicar minhas férias me pareceu um pouco pretensiosa. <br /><br />
Ainda bem que não disse tchau, volto já, porque não tinha ideia que depois de ir ao Rio e à Bahia, iria direto para um estado novo, chamado Buraco Negro Virtual. <br /><br />
Nesse lugar, cheio de conflitos e inquietações filosóficas, uma série de perguntas assolam nossa mente. Na minha, perguntas como "pra que raios serve um blog?",
"como achar o tal diferencial?", "como ter coisas interessantes todos os dias?" "como ganhar dinheiro com isso?" ficaram me bombardeando.<br /><br />
E ontem, depois de uma experiência urbana incrível (que culminou no cartaz na porta da Bienal do Livro escrito assim "Pai MaickNuclear - Lê poema / desamarra Prosa / traz seu texto de volta em 7 dias"), eu me dei conta. Não adianta eu querer ser "o blog" incrível sobre a cidade, no sentido de ter as maiores tendências ou maior interação ou maior número de notícias por segundo. Jamais serei isso. <br /><br />
Minha maior prestação de serviço é mesmo meu olhar cheio de afeto e sinceridade sobre a cidade. E as minhas experiências pessoais dentro dessa urbe, me levarão por esse caminho. Não quero postar pra ter volume de posts. Quero falar daquilo que pode nos ajudar a entender a megalópole e resgatar o amor pela cidade. <br /><br />
Voltei!RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-42266617550133264702012-04-11T10:56:00.010-07:002012-12-10T07:24:13.269-08:00No coração da classe C ou como fugir do cartel das lancheirasNa última semana fiz uma peregrinação para achar uma lancheira decente. Minha meta é aposentar de vez a lancheira improvisada do meu pequeno Marco - que nada mais é do que uma maletinha verde de plástico que deve ter sido feita para qualquer coisa menos lanche. <br />
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Andei por uma meia duzia de lojas nos grandes shoppings e pude averiguar que existe um verdadeiro cartel das lancheiras. Não, não é exagero. Pelo menos três vendedoras ousaram me dizer que eu deveria comprar na loja delas, pois de acordo com elas minha pesquisa só serviria para confirmar que os preços não variam. Qualquer mochila de personagem minimamente conhecido seria no mínimo 59 reais. Não segui a sugestão delas, o que apenas serviu para eu constatar in loco que estavam certas.<br />
<br />
Na minha mente não existe sentido em se pagar mais de 30 reais por uma lancheira. Então lá fui eu ao fascinante mundo da classe média na zona sul, ops, zona oeste!, de São Paulo: a Teodoro Sampaio.<br />
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Há muito tempo não andava pelo trecho inicial (ou seria final?), que é onde ficam as lojas do segmento mega povão. Logo de cara, na maravilhosa mega loja "Couros", achei uma pequena lancheira do Dino Dan por 24,90 reais. Meta alcançada, resolvi me perder naquela maravilha de rua. Descobri outras preciosidades como a Rota 99, uma rede enorme, que vende coisas utilíssimas a preço de banana como por exemplo 3 cabides por 2,99, isopor para cerveja por 9,99 (coisa mais cafona isopor , não? Adoro!!) e toalha de plastico maravilhosamente cafona tipo renda branca em pvc por 21,99. Além disso, as tradicionais bandejas deliciosamente bregas de plastico de flores ou frutas com borda dourada. Mas o auge da tentação consumista é o descanso para panelas de palha (uma graça!): 1,00 cada.<br />
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Não se preocupe com estacionamento: a Teodoro conta com muitas opções.RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-89148045205858201612012-03-29T12:40:00.007-07:002012-03-30T12:01:35.762-07:00Café Suplicy ou Onde não tomar um chá preto ou Onde usar um IpadEu juro que prefiro o bom e velho café do coador. Mas como não moro em Minas e como não estou mais na década de 70, onde acho, ainda existia o hábito de tomar o maravilhoso café do saco anti-higiênico de pano, preciso me convencer que o café expresso é uma maravilha. <br /><br />O Café Suplicy é tão bom como qualquer outra rede de cafés de São Paulo, do Brasil, de Nova Iorque ou do Japão. Não consigo sentir a diferença entre o café do Frans, do Suplicy ou do Starbucks. Resolvi então provar algo de novo: um chá preto no Suplicy. <br />Mas você acha que um café paulistano de primeira nos proporcionaria experiência tão banal? Claro que não. No Suplicy só tem coisas pseudo-sofisticadas como um dragon pearl jasmine ou um white peony. Mas o bom e velho chá preto, perdão, black tea, nada. <br /><br /><br />Não sejamos assim tão negativos. Existe sim algo de melhor no Suplicy, que ainda não encontrei em nenhum outro. Apenas o Suplicy oferece um Ipad pra brincar.RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-36815717768228294482012-03-20T10:30:00.018-07:002012-03-30T12:03:29.614-07:00Eu, Ana Maria Braga e as dicas do repórter bonitão.Passado o trauma Ana Maria Braga, já me sinto à vontade para comentar o assunto. Se você não sabe o que se passou, farei um rápido flashback desse patético episódio de minha vida no intrepidante mundo midiático. <br /><br />Fui chamada pelo núcleo SP do programa da Ana Maria para uma homenagem ao aniversário do Rio. A produção serviria feijoadinha em homenagem a cidade maravilhosa em pleno centro antigo da pauliceia e dali mesmo eu seria entrevistada por ela ao vivo. Ela no Rio e eu em SP. <br /><br />A prometida entrevista se resumiu a pergunta do repórter: "E aí Raquel, como está o caldinho?" <br />Naquele momento , juro que pensei em encher os lares das amigas dona de casa com um pouco de ousadia e autenticidade e responder: "foda-se o caldinho!". Corta para o estúdio no Rio. Louro José cai na gargalhada. É demitido ao vivo.<br /><br />Mas voltemos a realidade. Apenas respondi: "Um pouco aguada, mas gostosa".<br /><br /><br />Meu alento é que antes do patético ocorrido, pude apurar dicas muito interessantes. Nas conversinha em off, pedi que os presentes me falassem dos seus lugares preferidos de São Paulo.<br /><br />dicas do repórter bonitão de olhos verdes (Fabricio) de melhor cantina: Familia Mancini<br />e melhor pizzaria: 1900 Pizzaria e Camelo<br /><br />Melhor feijoada segundo o Felipe da produção: Feijoada da Lana na Vila Madalena<br /><br />Dica do motorista da produção (que me perdoe, era um doce mas esqueci seu nome...) do melhor pão com linguica: Padaria São Domingos.<br /><br />Diante de tal dica do Seu motorista e sabendo que a Padaria São Domingos não ficava assim tão longe dali, apelei para minha falta de senso e pedi que me levasse a tal destino. Resultado: comi a melhor empada (e uma das mais caras) da minha vida. A empada de frango é realmente um escândalo assim como a alicella. O pão com linguiça é gostoso, mas não vale a viagem. Eu diria que vocês podem ser felizes com o pão da Pizzaria Bráz.RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-61042858484441066422012-03-16T21:00:00.015-07:002012-03-17T07:35:32.265-07:00Enterrando o carnaval 2012.A Cintia Bessa, uma carioca gente boa que só conheço virtualmente, me escreveu dizendo que eu devia ter ido ao Bangalafumenga aqui em São Paulo. Segundo ela estava vazio. Mas em suas palavras, "quando a bateria do Banga do Rio começou a tocar, meu coração esqueceu o pré-conceito e eu pulei como se estivesse na Dias Ferreira". Sua tentativa de amar São Paulo e ser feliz na cidade me comoveu. Ela ainda vai mais longe. Fecha dizendo "tenho fé que o Carnaval de 2013 será bem mais animado". Essa carioca que concentra sua fé no Carnaval de São Paulo merece todo nosso respeito. Esse é o espírito! <br /><br />Eu devo confessar que tenho certo bloqueio em associar o Carnaval à São Paulo. Mas ano que vem eu me esforçarei, juro. Mentalizarei a frase da Cíntia e me encherei de fé no carnaval paulistano. Olha a positividada ai gente!!!<br /><br />E aproveitando a onda vamos-amar-o-carnaval-paulistano da Cintia, darei uma dica quentíssima para 2013. Descobri com minha querida cabelereira Marcinha do Butantã que as fantasias das escolas de samba saem a preço de banana na véspera do desfile. E não é desfile das campeãs não. É o desfile oficial, o primeiro. Achei isso tão incrível. Porque no Rio é o inverso. Vai você tentar comprar uma fantasia da Mocidade na véspera do desfile. Pagará, brincando, uns quinhentos reais. <br /><br />Quer saber quanto a Marcinha pagou pra ir na Águia de Ouro? Cinquentinha. Juro. Tudo bem que não conseguiu a fantasia leve de noiva, feita em tule, que sonhava. Teve que se contentar em ir cercada de esplendor, chapéu, bota, babados e tudo mais que pode atrapalhar um folião na hora de pular. Mas, segundo ela, na hora nem lembrou dos prováveis cinco quilos da fantasia e ainda deu a sorte de desfilar em uma escola que ao invés de exaltar o "Reino dos Justus" (esse mesmo, o Roberto!), homenageava o Tropicalismo. A danada ainda saiu em frente ao carro do Gil, do Caetano e da Rita Lee. <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrHmuW-AqUZNW9GBse0Zd4brPUsaQVyr3RENZlLc2oU1Ba0D6_EnP2NzYtO6loW4UwKWVAChElutcFjIqK1ofDvdvp556LaTz3eHWzVts6Zy-83PkD0W4LlDER1_ae1xqWEpnwMZ9M0ECk/s1600/caetano1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 267px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrHmuW-AqUZNW9GBse0Zd4brPUsaQVyr3RENZlLc2oU1Ba0D6_EnP2NzYtO6loW4UwKWVAChElutcFjIqK1ofDvdvp556LaTz3eHWzVts6Zy-83PkD0W4LlDER1_ae1xqWEpnwMZ9M0ECk/s400/caetano1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5720874264161605234" /></a><br />Então deixemos combinado assim. Em 2013 eu posto onde rolarão as xepas quentíssimas do carnaval paulistano!RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-71919087396675628272012-03-16T11:28:00.030-07:002012-03-17T10:11:14.252-07:00Arte acessível<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipQ7P6af0RU7-IDsOqtbrD9E3zYD1Qy5bMvTLK0Pc_6eZ26_bFt9r0xXhN2A2Qr5-W0e_Ed44pi7H8-TDsjbJu5h0EIJIbahVgp-TeYOl0p6q8a9uFHAFr5PPCk8fMPyOiSCV0SgyoTCdX/s1600/daniel+art.png"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 306px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipQ7P6af0RU7-IDsOqtbrD9E3zYD1Qy5bMvTLK0Pc_6eZ26_bFt9r0xXhN2A2Qr5-W0e_Ed44pi7H8-TDsjbJu5h0EIJIbahVgp-TeYOl0p6q8a9uFHAFr5PPCk8fMPyOiSCV0SgyoTCdX/s400/daniel+art.png" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5720684590074987570" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7c9RmC7AFkxbsLU7zQmAhX3anGZyquju3UYHbIH9ZNqZgE8OW9W8kMt1-WZX9vYeGrQ5OPBLKGmd8sShA5FjXDStDft8dOJoDka3UV1AokL59cZlnVdG1gfHUfXUm91Li-wC43Xn8fASV/s1600/daniel+-+mundo.png"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 306px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7c9RmC7AFkxbsLU7zQmAhX3anGZyquju3UYHbIH9ZNqZgE8OW9W8kMt1-WZX9vYeGrQ5OPBLKGmd8sShA5FjXDStDft8dOJoDka3UV1AokL59cZlnVdG1gfHUfXUm91Li-wC43Xn8fASV/s400/daniel+-+mundo.png" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5720684584835727890" /></a><br />Minhas atuais garimpagens pela cidade estão focadas no maravilhoso mundo das artes. Isso significa que virão por aí muitos posts sobre o assunto.<br /><br />Eu sei que falar de arte é subjetivo e quem sou eu pra explicá-la. Em 1917, Marcel Duchamps colocou de cabeça pra baixo o que o senso comum pensava sobre o que é e o que não é arte, enviando um urinol de louça, que ele denominou de "Fonte", para um concurso de arte. Não importa que sua peça tenha sido rejeitada, porque ninguém há de esquecer a mensagem. Pra mim, que não detenho embasamento teórico suficiente, entendo a arte plástica como sendo aquilo que representa visualmente poesia em imagem - seja ela uma escultura, uma pintura ou uma foto. <br /><br />O motivo do meu mergulho nas artes é que estou mudando de casa. E a quem interessar, continuo no Morumbi. Não acho que seja o melhor lugar do mundo, mas posso dizer que é um oásis que me faz bem. Claro que preciso sair com certa frequencia do muro imaginário que separa o Morumbi da verdadeira São Paulo. Mas talvez essa seja a melhor e mais intrigante revelação da cidade. Talvez não exista uma verdadeira São Paulo. Ela não é uma coisa só. Ela é o que a gente quiser. São Paulo é o que a gente escolhe. <br /><br />E eu escolhi andar de olhos abertos. Talvez por isso eu esteja louca pra decorar minha casa com fotos. Muitas fotos. Diferentes ângulos de São Paulo. Assim, mesmo dentro de casa, continuarei enxergando a cidade.<br /><br />Já passei pela fase decorativa do novo habitat e agora estou no que chamo momento azeitona da empada. Isto significa que estou a tentar descobrir uma obra de arte que seja um daqueles achados maravilhosos que nos deixam envaidecidos pelo simples fato de sermos capazes de tal descoberta. De preferência até 200 reais.<br /><br />Não escolhi esses duzentos aleatoriamente. É simplesmente o valor que posso dispor para arte no momento. Então preciso correr pra achar um artista bem no comecinho - fase essa que equivale a situação de desespero do gênio ainda não reconhecido que precisa pagar pelo menos três meses de aluguel atrasado. Mas se um desses caras cai nas mãos certas, dorme sem-teto e acorda "o artista do momento que custa mais de 10 mil reais". A dupla de artistas plásticos e grafiteiros Osgêmeos representam bem essa transição vertiginosa.<br /><br />Minha busca não poderia começar em outro lugar: pelas galerias chamadas alternativas. Elas formam um consistente órgão emocional da cidade que eu chamo de porque-é-do-cassete-morar-aqui. Você não tem ideia das preciosidades que esses espaços abrigam nas entranhas de suas paredes. Quase tão tocante quanto essas obras, é ver como São Paulo leva a sério essa galera da arte urbana. <br /><br /> <br />Resolvi começar por uma das pioneiras nesse segmento: a Galeria Choque Cultural. Dei uma passeada rápida pelas telas e me deparei com um artista de olhar muito criativo. O cara faz nada menos do que uma montagem de post its em cima da propria foto. E o resultado é muito interessante. O rapaz, que eu não tenho ideia da idade, se chama Felipe Lopez. Muito bacana, mas infelizmente já muito valorizado. Passo então para outra galeria moderninha, a Vértices, também na Vila Madalena.<br /><br /> <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguUTfoVxUOYuebSz_qOZ6r-XWHPjw3a2R8ZknBdcqTjJBy6T2zchOHVrE4zuv3osR9Ouh70iJcgMQpglxHGgpcsdg30ubWoHAP4AEhX77cJSj5-XEMKuqda6axttOryBDdFzgHD5bPR_Lm/s1600/felipe+2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 275px; height: 275px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguUTfoVxUOYuebSz_qOZ6r-XWHPjw3a2R8ZknBdcqTjJBy6T2zchOHVrE4zuv3osR9Ouh70iJcgMQpglxHGgpcsdg30ubWoHAP4AEhX77cJSj5-XEMKuqda6axttOryBDdFzgHD5bPR_Lm/s400/felipe+2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5720621620458262322" /></a><br /><br />Na Vertices vejo algo que adoraria ter na minha parede. São as fotos do Daniel Bernardinelli que teve a grande sacada de registrar os neons da pauliceia ("Art" e "Mundo"), no auge da implementação da lei cidade limpa. O interessante é ver como o objeto da poluição torna-se algo belo e poético através das lentes de Daniel. E o melhor: é acessível. Uma dessas fotos da série Neon, no tamanho 30 x 40 cm, sai por duzentos. Missão cumprida. Já posso começar a minha coleção. <br /><br /><br /><br />Galeria Choque Cultural<br />www.choquecultural.com.br<br />Rua João Moura, 995 - Pinheiros<br />Rua Medeiros de Albuquerque, 250 - Vila Madalena<br /><br />Galeria Vértices<br />www.verticecasa.com.br<br />Rua Fidalga 66, Vila MadalenaRAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-54657336294937502472012-03-07T12:48:00.003-08:002012-03-07T13:09:15.577-08:00Dica MulherzinhaSeja voce consumista ou não, saiba que uma boa bijouteria pode ser mais eficiente e barata para dar uma anestesiada no seu baixo astral do que qualquer sapato ou jóia – que sempre virão com a dor do cartão. E a Acessorize é a melhor tradução de como- enlouquecer-uma-mulher-com-um-milhão-de-opções-de-bijoux-em-menos-de-10-metros-quadrados. <br /><br />Parto do princípio que no mundo de hoje, todos têm conhecimento dessa griffe de acessorios femininos, que nao tem lá a melhor qualidade do mundo, mas vende peças sempre descoladas e bonitinhas.<br /><br />Imagine agora se existisse uma Acessorize OFF? Pois ela existe e eu não sabia. <br /><br />Saiba então que seu novo playground fica no Itaim, especificamente na Rua João Cachoeira, no melhor trecho (aquele das pontas de estoque). Fica bem pertinho da Mob Off, Bosbstore Off e Trussardi Off. Todas as bijous com 50% de desconto e bolsas de noite com 70%. Só não pense na loja na hora de dar presente, pois nenhum item pode ser trocado.RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-45350631852209298532012-02-14T10:00:00.014-08:002012-02-15T02:04:14.864-08:00Carnaval na pauliceia!O carnaval chegou no Brasil, mas sinto informar que em São Paulo ainda não. Sei que tomates imaginários voarão em cima de mim, mas eu me recuso a fingir que tá rolando um ziriguidum por aqui. Não está. <br /><br />Nenhum folião perdido, nenhum carro de som, nenhum barulhinho de bloco ao fundo... Nada.<br /><br />Assim como os executivos que vejo aqui na paulista, São Paulo faz questão de mostrar que não tem tempo pra brincadeira. Neguinho não tá nem aí pra essa festa.<br /><br />Mas como me impus a missão solitária de mostrar que São Paulo pode ser amada , mesmo no carnaval, vou dar minhas dicas culturais como se nada tivesse acontecendo - que é o clima que rola por aqui. <br /> <br />As redondezas do Conjunto Nacional continuam sendo imbatíveis. Mesmo que você não esteja contagiado pelo grito de carnaval (até porque ainda não chegou aqui...), é provável que você tenha filhos, sobrinhos ou afilhados que irão se fantasiar. Nem que seja pra foto, vai... Na Augusta tem a incrível Festimania, uma loja incrível que parece ser minúscula, com seus 3 metros de frente, mas que ao entrar parece ter 1 km de profundidade, não acaba nunca... Ali você acha desde um ciganinho ou havaiana por 28 reais até um mini capitão da Tropa de Elite por 150 reais. <br /><br />E pra não deixar esse post sem as cores do carnaval, fecho com a visão poética e multicolorida da Carla Caffé sobre são Paulo, contrariando nossa expectativa cinzenta e aborrecida. Acabo de descobrir o trabalho dela aqui na Livraria Cultura da Paulista, que vende séries limitadas dos seus belíssimos desenhos, a partir de 145 reais. Arte mais do que acessível. <br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie0j5X2Fl0wF6cMgVordegkCoJM08RnTdY1hdWupQEH2oVach_dJW9fydi4IXd8FTyM2GET6hNG2EmdYb1B2NB5C0hL6ecuqbjim-3OYV4G5-EVZdQ_UXBO7920nuNnxK79hBmXoDrKwSN/s1600/painel_trecho_lgo-batata.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 264px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie0j5X2Fl0wF6cMgVordegkCoJM08RnTdY1hdWupQEH2oVach_dJW9fydi4IXd8FTyM2GET6hNG2EmdYb1B2NB5C0hL6ecuqbjim-3OYV4G5-EVZdQ_UXBO7920nuNnxK79hBmXoDrKwSN/s400/painel_trecho_lgo-batata.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5709065976727676322" /></a><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxThXDLZgrhMZEbaJj_EMC7E_9uLNzT-7OCVbootIA_S13ECxUoab_RlnQ6IBWx6TAprh0Rzdjt9p9lliDDPMMPlP3xkpTIU0WQbVDXVZJY7wRzi12BCUiJrBLS8LPdd0JVOxQrDC-I8JT/s1600/gemini.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 295px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxThXDLZgrhMZEbaJj_EMC7E_9uLNzT-7OCVbootIA_S13ECxUoab_RlnQ6IBWx6TAprh0Rzdjt9p9lliDDPMMPlP3xkpTIU0WQbVDXVZJY7wRzi12BCUiJrBLS8LPdd0JVOxQrDC-I8JT/s400/gemini.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5709067835359667986" /></a><br /><br />Festimania<br />www.festimania.com.br<br />Rua Augusta 1953RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-58533438515103628362012-01-17T12:49:00.000-08:002012-01-17T12:53:04.675-08:00O que é que o Rio tem?Tantos dias de férias no Rio me trazem experiências memoráveis... <br /><br />- Em que outro lugar eu entraria pra fazer uma unha e sairia com uma nova melhor amiga manicure que me chama pra ir ao ensaio da escola de samba, me vende “a preço de comunidade” uma fantasia para o desfile da Sapucaí e ainda me oferece aulas de samba? <br /><br />- Em que outro lugar você vai à banca de jornal e é atendida por um homem que não tem noção de quanto custa o chiclete que vende? Em que lugar do mundo você descobre que o desinformado homem da banca não passa de um porteiro que em pleno expediente se dispôs a assumir o controle da banca em frente ao prédio que trabalha só pra quebrar o galho do seu camarada jornaleiro que precisou fazer uma fezinha na loteria?<br /><br />- Em que outro lugar do mundo você passa o verão inteiro encontrando um camarada na praia e no bar, com quem fala besteira, toma todas, ri e chora, mas não tem noção do que faz e onde mora?<br /><br />Definitivamente, se existe um lugar para se descansar a mente, esse lugar é o Rio. E pela quantidade de pessoas que vejo aqui no Bibi Sucos, impecavelmente vestidas-para-correr, trajando camisetas Track&Field ou com a Folha de São Paulo embaixo do braço, é inegável que os paulistanos estão cada vez mais descobrindo os encantos dessa doce vida.RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-78114784087947614252011-11-19T03:24:00.000-08:002011-11-26T19:54:35.446-08:00Segredos de CampinasHá muito, em São Paulo, venho tentando achar um interior com cara de interior. <br /><br />No meu imaginário, o interior com cara de interior não pode ter prédios. <br />Interior com cara de interior tem que ter uma praça singela e uma igrejinha.<br />Interior com cara de interior tem que ter ruas de paralelepípedo ou de terra. <br />Interior com cara de interior tem que ter velhinhas conversando sentadas na frente do portão. <br />Interior com cara de interior tem que ter barrigudos tomando cerveja em garrafa em mesas na calçada. <br />Interior com cara de interior não tem condomínio com seguranças. <br />Interior com cara de interior não tem chefe de cozinha.<br />Interior com cara de interior tem um cozinheiro, uma esposa ou uma vovó que seguem receitas de tradição.<br /><br />E quando eu já havia perdido todas as esperanças de achar esse ideal de interior, eis que encontro um distrito chamado Joaquim Egídio, em algum lugar de Campinas. Justo Campinas, cidade que jamais me despertou esperança de encontrar tão almejado lugar.<br /><br />Bendita hora que resolvi achar o tal Bar do Marcelino. Após duas horas de confusões com o GPS, que parece não ter entendido o nome da rua, resolvi apelar ao recurso que não falha: a interação humana. (Não sem antes me beneficiar da burrice do equipamento e amolar o meu marido com meu discurso anti gps). Voltando a boa e velha comunicação entre seres da mesma espécie, disquei para o bar e fui atendida pelo próprio Marcelino. Seguindo suas orientações, como em um passe de mágica, atravessamos o mundo real e fizemos uma viagem ao tempo. Ultrapassamos barreiras invisíveis e num piscar de olhos havíamos sido transportados para um autêntico interior com cara de interior. <br /><br />Foi assim que achei o meu tão sonhado paraíso. E justamente ali fica a casa do Marcelino, que nos presenteia com o melhor da cozinha simples, saborosa e caseira. Quando avistei o bar, percebi o calor logo na entrada: com suas mesinhas de caixote de feira, cheias de gente sorridente, já sabia que ali era "o lugar". E o que dizer do afeto com que Marcelino recebe seus clientes? Sabe aquele calor que a gente acha que se perdeu? Pois ele é preservado por gente como Marcelino. O singelo slogan do bar, resume esse lugar que parece nos abraçar: "Especialidade da casa: você!"<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfT5Reb2a9ju5qjTDlHzHVmQ6xMi_Ao2o8Mf5MtmZUmqVcFdOpfLU_DBa2PLUR9IAQDzAHD6-K-lA5-7NXw2qDJvWUJi19AeE1VukCIDF0yOEY1QQbEIqNB51siK8R3aG8SpNaz1YstA_4/s1600/mosaico+bar+marcelino.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 333px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfT5Reb2a9ju5qjTDlHzHVmQ6xMi_Ao2o8Mf5MtmZUmqVcFdOpfLU_DBa2PLUR9IAQDzAHD6-K-lA5-7NXw2qDJvWUJi19AeE1VukCIDF0yOEY1QQbEIqNB51siK8R3aG8SpNaz1YstA_4/s400/mosaico+bar+marcelino.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5676695055831528658" /></a><br /><br />Joaquim Egídio é daqueles lugares que nos tocam, nos emocionam. Demorei muito para encontrá-lo. Uma parada obrigatória para os que precisam reencontrar a paz do interior - da cidade e do seu.<br /><br />R. Heitor Penteado, 1113<br />Joaquim Egídio - Campinas<br />www.bardomarcelino.com.brRAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-3829351178182777652011-11-03T13:06:00.000-07:002011-11-03T17:42:12.486-07:00OÁSIS URBANOEu preciso falar de um paraíso. Mas antes, preciso definir o arquiteto Ruy Ohtake. Não gosto do termo polêmico. Eu arriscaria irregular. Se por um lado cria o incrível desenho de meia melancia do Hotel Unique, por outro é capaz de fazer uma gigantesca torre cor de rosa no lado mais bucólico de pinheiros.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSRgDlozDA1yopNPE4S8dJsJIHGt35MJrCoLyiNje0HT7VOGBGVsyMRW3FPgFA_gg9crFkgl12vuwmJiyji4Amm2oJVieG_ATCwZhBh7S8pzN47vC0hAmyzfPvilnvxdG4oTrMozkPrl6N/s1600/unique.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 216px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSRgDlozDA1yopNPE4S8dJsJIHGt35MJrCoLyiNje0HT7VOGBGVsyMRW3FPgFA_gg9crFkgl12vuwmJiyji4Amm2oJVieG_ATCwZhBh7S8pzN47vC0hAmyzfPvilnvxdG4oTrMozkPrl6N/s400/unique.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5670906036470960546" /></a><br /><br /><br />Paradoxalmente, a horrenda torre abriga um dos mais belos centros culturais da cidade, o Instituto Tomie Ohtake. Eu batizo o local como um dos melhores shoppings culturais da cidade. Primeiro, porque tem uma livraria daquele gênero em extinção: pequena, aconchegante e com uma excelente seleção de títulos - não só de arte, mas infantis e clássicos (que em geral nossos olhos não alcançam em uma mega loja). É a Livraria Gaudi, que contém o essencial.<br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNt0wDT4aknOZ3OV0Bu024XcZmWMZtz5r_JJ4KbHm2dmT1pEX0G9cIajcLptevCRpimq0boQf56UC_R7o9hDv0NofMGL-DKRYoXIo73IndvHENtevU6p8OfMbNuDwFrsssp4rigp6HHRiE/s1600/tomie+ohtake.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 299px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNt0wDT4aknOZ3OV0Bu024XcZmWMZtz5r_JJ4KbHm2dmT1pEX0G9cIajcLptevCRpimq0boQf56UC_R7o9hDv0NofMGL-DKRYoXIo73IndvHENtevU6p8OfMbNuDwFrsssp4rigp6HHRiE/s400/tomie+ohtake.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5670906280459107490" /></a><br /><br />O instituto abriga também uma lojinha bem bacana de design, a "It". Além de incríveis caderninhos e "coisinhas" cheios de bossa para escritório, tem uma boa variedade de jóias e bijous com muito charme e design criativo. <br /><br />O restaurante do instituto é um caso a parte. Não só por ter aquele ar interessante de restaurante cosmopolita, mas porque o cardápio é elaborado nada menos do que a ótima chef Morena Leite, do Capim Santo. Da sua cozinha saem delícias com sotaque baiano e toque moderno que ela domina como ninguém. <br /><br />Culminando com o mais importante, as exposições, arrisco dizer que nem é preciso você consultar a programação dos cadernos de cultura antes de partir para lá. A seleção do instituto é sempre muito criteriosa - oferece a cada temporada algo relevante e interessante.<br /><br />Atualmente está em cartaz a exposição "Chaplin e sua imagem". É uma exposição que nos remete a toda a magia do cinema mudo e do inventor do humor com poesia na telas. <br />Os registros fotográficos dos bastidores dos seus filmes são documentos preciosos. Ao ler os seus pensamentos, é possível perceber que suas ideias não envelhecem - nos permite uma reflexão profunda sobre os nossos tempos. <br /><br />"Silêncio: que graça universal. Como poucos de nós sabem aproveitá-lo... Talvez porque ele não possa ser comprado." (Charles Chaplin)<br /><br />Instituto Tomie Ohtake<br />Av Brigadeiro Faria Lima, 201 - Pinheiros<br />(entrada pela rua Coropés)<br />tel: 2245-1900RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-15693962944837174722011-10-24T16:48:00.000-07:002011-10-24T17:02:14.810-07:00Noite Feliz!Fazendo jus a minha fama de deixar tudo para a última hora, é com enorme prazer que convoco a todos que curtem - ou simplesmente passam por - esse blog para a noite de lançamento do meu querido "Manual de Sobrevivência em São Paulo - um guia para cariocas e simpatizantes" que acontecerá... tchan, tchan, tchan, tchan..... no dia 26/10! Espero vocês, pessoas queridas que estão aí do outro lado da telinha, para comemorarem comigo! Para aumentar o apelo e atratividade da noite, garanto que vale à pena ir lá nem que seja para conhecer a arquitetura do prédio e da loja. É uma arquitetura "verde", tudo pensado para ser ecologicamente correto. Tem planta saindo por todos os buracos, uma loucura! Até lá!<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqutxYW6exXFD_BGC3wLupGVtp-LTeNc2-cFefJ5xnvtWLcs1u2R43A_JqGvlM5eYxhMi5LhcQpyyyyNsOJLnEb4wRoIHHP-JniAAfPxfKHR99tGrfCxm-bW6zNxnPOIBbi63GBHaUs0NZ/s1600/convite_virtual_Manual_SP.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 372px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqutxYW6exXFD_BGC3wLupGVtp-LTeNc2-cFefJ5xnvtWLcs1u2R43A_JqGvlM5eYxhMi5LhcQpyyyyNsOJLnEb4wRoIHHP-JniAAfPxfKHR99tGrfCxm-bW6zNxnPOIBbi63GBHaUs0NZ/s400/convite_virtual_Manual_SP.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5667212264510858418" /></a>RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-4207825975895364582011-10-04T13:06:00.000-07:002011-10-19T03:54:54.882-07:00Butantã MomentA cada dia me encanta mais o Butantã. <br /><br />Um bairro onde não há um grande shopping de luxo. <br />Um bairro onde não há mansões de estilo normando. <br />Um bairro onde não há portões com brasão dourado.<br /><br />Os grandes luxos do Butantã são:<br /> <br /> O incrível campus da USP, com uma área verde que parece não acabar - onde confesso que sonho que meus filhos um dia irão estudar.<br /><br /> O admirável Instituto Butantan, belíssimo, bem preservado e uma prova de que o brasileiro não é simplesmente um povo folclórico, que só é bom na música e no esporte.<br /> <br /> A bela casa de concreto do ícone da arquitetura moderna brasileira, Paulo Mendes da Rocha.<br /><br /> A Casa do Bandeirante, onde confesso nunca entrei, mas pelo simples fato de ser uma relíquia bem preservada nessa cidade que tem, como diz Caetano, "a força da grana que ergue e destrói coisas belas", deve ser um lugar exaltado e valorizado.<br /><br /> A escassez de arranha céus, a sensação de se ter um horizonte possível.<br /><br /><br />Se um carioca, paulistano ou chinês me perguntar sobre o lugar mais aprazível, menos afetado e mais simpático para se ter a casa dos sonhos, esse lugar é o Butantã.RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-12296212110611343882011-09-25T19:18:00.000-07:002011-09-26T08:32:21.796-07:00Uma galinha tem seu valorHoje o meu domingo está no top ten dos domingos felizes. Tudo por causa de uma galinha. <br /><br />É isso mesmo. Resolvi me presentear com uma galinha. Não serei hipócrita em dizer que fiz isso para encher de felicidade a vida da minha família. Em um ímpeto de coragem, assumo que esse ato foi em prol da minha total e irrestrita satisfação em lambuzar meus dedos de gordura, chupar ossinhos saborosos da asinha e me encher de uma sensação indescritível de prazer. <br /><br />Se você quiser sentir tudo isso e mais um pouco, o endereço do prazer fica logo ali na Vila Madalena, no Galinheiro Grill. Em cinco minutos - sem exagero - preenchi meu buraco existencial. A experiência não é nova. Já fui lá muitas vezes. Mas a experiência de levar a ave terapêutica para casa é inédita. E eu recomendo. <br /><br />Entrei, pedi uma galinha no balcão, paguei a bagatela de vinte e seis reais com direito a uma farofa, me virei para o balcão em frente e pronto. Lá estava aquela churrasqueira maravilhosa, com aproximadamente vinte ditas cujas mortas e douradas, ardendo em chamas. Pausa para apreciar esse momento de pura emoção. Em segundos, o Seu Fulano (eu sei, uma heresia eu ter esquecido o seu nome), vestido impecavelmente de branco e com a precisão de um cirurgião, faz uma linda coreografia do esquartejamento da galinha. Tá-tá-tá! Pura poesia para meus ouvidos.<br /><br />O aroma de ervas do tempero deve ter contribuído para aquele estágio da alma que alcancei. Não tenho dúvidas de que atingi o Nirvana. <br /><br />Mas naquele ambiente de tamanha eficência e rapidez não há como uma pessoa se dar ao luxo de ocupar um mísero espaço no balcão por mais de cinco minutos. Meus segundos finais chegaram. Conferi o Seu Fulano jogar rusticamente os meus tão almejados pedaços de galinha em um indefectível saco transparente e segui rumo ao meu esconderijo. <br /><br />Com minha habitual competência e voracidade finalizei o meu trabalho. Nem o menor vestígio do crime deixei.<br /><br /><br />Galinheiro Grill<br />Rua Inácio Pereira da Rocha, 231 – Esquina com a Fradique Coutinho<br />3816-3208 / 3816-6023 / 3796-9264RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-81060534319424276282011-09-17T11:00:00.000-07:002011-09-17T14:28:12.924-07:00Independência, suor e reflexão7 de setembro de 2011. Vai ficar na memória. Resolvi passar da maneira mais paulistana possível, que é correndo. Sim, porque 9 em cada 10 pessoas desse meu mundinho pequeno que gira em torno do Morumbi, Itaim, Jardins e adjacências, parecem obstinadas com esse negócio de corrida. No meu caso, é uma questão de consciência. Ou punição, pelas frequentes orgias alimentares.<br /><br />Não só corri, como participei de uma prova no Parque da Independência. A ideia desse post não é falar dos meus dotes atléticos, até porque eu passei cada um dos 10 km tentando ultrapassar um japonês muito gordinho e (confesso!) muito humilhada com os vovozinhos que me ultrapassavam com enorme facilidade.<br /><br />Tirando esses desgostos, o sentimento que dominou a minha manhã de 7 de setembro foi o encantamento. O impacto ao me daparar com o Museu do Ipiranga, no coração do parque, e seu deslumbrante jardim, jamais sairão da minha memória. Após passar por tantas regiões cinzentas, feias e decadentes, não imaginei encontrar tamanha beleza reinando naquele emblemático lugar. Direto do pesadelo urbano para o cenário de um romance francês. <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEOmBaNyxizrVdBfxRDAspJWnWVBUQZfNNOWjK9kzWxjR39gYzQCFN2jUDOVbjQ2Rbs7HQOI4Q-mF-9VeHQ6CfH5NG01spxLLPKh-wEBYo1V4HSE4QtBCG_mAZVP01q5P1E-yEGaq9iohF/s1600/museu_paulista_foto_wanderley_celestino2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 170px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEOmBaNyxizrVdBfxRDAspJWnWVBUQZfNNOWjK9kzWxjR39gYzQCFN2jUDOVbjQ2Rbs7HQOI4Q-mF-9VeHQ6CfH5NG01spxLLPKh-wEBYo1V4HSE4QtBCG_mAZVP01q5P1E-yEGaq9iohF/s400/museu_paulista_foto_wanderley_celestino2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5653420871778634434" /></a><br /><br />Assim, durante todo o percurso da corrida, tentava entender como o entorno daquela maravilha de símbolo da cidade, aquele exemplar da mais bela arquitetura e natureza, ficou tão decadente. Não há como evitar a tristeza de ver no que essa cidade se transformou. E não há como não pensar que existe algo de errado na lógica da formação das cidades. <br /><br />Passando para esse clima de reflexão, a melhor maneira de se terminar esse texto é com as opiniões contundentes, filosóficas, poéticas e interessantes daquele que considero o maior de todos os pensadores vivos desse nosso país, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, hoje com oitenta e três anos. <br /><br />Sobre São Paulo: "monumental, contraditória e com aspectos de desastre".<br /><br />Sobre o conceito de cidade: "A cidade existe na mente do homem como um desejo. Se você imaginá-la como um espaço de pura especulação e negócio, ela jamais poderá ser bela."<br /> <br />Sobre a feiura da cidade: "Eu tenho a impressão de que antes da cidade ficar feia, são as pessoas que enfeiam"<br /> <br />Sobre o morar na cidade: "Os donos do dinheiro já abandonaram a cidade. Que ela seja, então, do povo. Eu tenho a impressão de que o futuro do mundo será feito pelos que vêm de baixo. Aqueles que compreendem as virtudes da cidade."<br /><br />Sobre os condomínios privados: "E essa rodovia que foi projetada para transportar mercadorias fica repleta de idiotas que dizem que moram num condomínio privado. Privado do quê? O pessoal não presta atenção nem nas palavras porque se o condomínio é privado, está se privando de alguma coisa. Não estou fazendo um jogo de palavras, é privado porque é privativo, pertence só a eles. Mas também os priva de muita coisa. Algo como o estudante de medicina poder se apaixonar pela bailarina. Isso não acontece em condomínio fechado."<br /><br />Não há como se pensar que Paulo Mendes da Rocha seja simplesmente um arquiteto. Acho comovente vê-lo refletir sobre como a vida enclausurada em condomínios nos afasta dos lindos acasos da vida, como a possibilidade do estudante de medicina poder se apaixonar pela bailarina. <br /><br />Nós, que aqui moramos, devemos ser devotos de lugares como o Parque da Independência, que tem o poder de nos fazer conectar com algo de belo dentro de nós. Um lugar onde a beleza dos mais imprevisíveis encontros é possível.<br /><br /><br />Museu do Ipiranga<br />Parque da Independência - IpirangaRAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-20803778955919131192011-09-02T05:31:00.000-07:002011-09-02T06:54:56.439-07:00Feira à noiteSe você acha que fazer feira à noite pode ser roubada, estou aqui para dar meu testemunho.
<br />
<br />Antes, é preciso dizer que São Paulo tem feiras livres incríveis e que muitos moradores ainda mantém essa maravilhosa tradição. As que recomendo são a Feira do Pacaembu, com seu maravilhoso e imbatível Pastel do Zé (se bem que também tem um tal de Pastel da Maria que acabou de ser premiado como o melhor pastel da cidade e, falha minha, ainda não provei) e a charmosa Feira da Vila Madalena. Ir a uma dessas feiras em um belo sábado e se acabar em um desses recheadíssimos pastéis é um programaço.
<br />
<br />Mas eu andava louca era para fazer uma feirinha à noite. Quando li sobre essa possibilidade, achei incrível. Ainda mais no Ceagesp, o maior centro abastecedor de frutas e legumes da capital. Imagina poder comprar delícias fresquinhas em plena quarta-feira à noite? Que programa descoladérrimo, pensava eu inocentemente. Imagina que baita dica para aqueles que ralam o dia inteiro poderem terminar seu dia com charme e um pit stop nesse centro de conveniência a céu aberto ?
<br />
<br />O SONHO:
<br />Vislumbrei uma coisa assim com clima meio Soho meio Tribeca meio Candem Town ou qualquer coisa assim.
<br />
<br />A REALIDADE:
<br />Ao sair de casa você já acorda rapidinho de qualquer eventual devaneio. Ir a Vila Leopoldina significa pegar a Marginal. Não é preciso ser vidente para saber o que acontece com uma pessoa que sai do Morumbi em direção a Vila Leopoldina às seis da tarde em plena quarta-feira. E para completar o cenário de horror, acrescento que eu estava com marido e filhos.
<br />Após uns quarenta e cinco minutos de engarrafamento, uma das crianças já roncando e babando no estofado, eis que chegamos ao entorno do Ceagesp. Tentarei ser o mais fiel ao quadro, sem carregar na tinta: tive a sensação de estar em volta do Carandiru. Não que eu já tenha ido lá, mas desconfio que à noite deve ser páreo duro com o clima lúgubre e sinistro do entorno do Ceagesp.
<br />Finalmente achamos o portão 7. Aquilo parecia mesmo ser um oásis. Movimento de carrinhos de feira, gente falando alto, frutas e legumes fresquíssimos, peixes de primeira por dez reais o kilo, barraca de japonês, churrasquinho, pastel, enfim, o maravilhoso mundo povão. Finalmente me senti em casa.
<br />
<br />Fazer feira à noite em São Paulo é para quem tem alto poder de abstração. É preciso abstrair o caminho, abstrair o entorno, abstrair o tempo no trânsito. Se conseguir esse feito, pode ser um programa pitoresco.
<br />
<br />
<br />
<br />Ceagesp:
<br />Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946 - Vila Leopoldina
<br />sábados: 6h às 12h30 - domingos: 7h às 13h – no Pavilhão MLP – entrada pelo portão 3
<br />quartas-feiras: 14h às 22h – no Pavilhão PBCF – entrada pelo portão 7
<br />
<br />Feira do Pacaembu:
<br />Praça Charles Miller, s/nº, terças, quintas e sábados - das 7:30h às 13h
<br />
<br />Feira da Vila Madalena:
<br />Rua Mourato Coelho - das 7:30h às 13hRAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-64425863421827422592011-08-14T17:47:00.000-07:002011-08-17T13:24:55.978-07:00Dicas do Marcelo Duarte sobre MoemaFui perguntar "o que é que Moema tem de imperdível?" a quem entende tudo de São Paulo - o jornalista Marcelo Duarte (que apresenta o "É Brasil que não acaba mais" na Bandnews fm, que escreveu o Guia dos Curiosos, que é dono da Panda Books, que apresenta o "Loucos por esporte" na ESPN dentre as mil atividades que exerce)
<br />
<br />Minha conversa com ele começou em tom de mentira. Da minha parte, é claro. Eu que não ia dizer o propósito da entrevista: dicas de Moema para um blog de dezenove seguidores.
<br />
<br />No resto da entrevista, juro que só prevaleceu a verdade. Eu disse que estava em busca de entender a alma de Moema e que eu achava estranho o fato de, por um lado ser um bairro considerado bacana pelos seus moradores, mas por outro sofrer preconceito velado. Ele não tem idéia do porque do preconceito e acha que Moema faz jus ao título de "bairro nobre". Acha seu comércio de alto nível, gosta do fato de poder andar a pé por lá e diz que pelo menos uma vez por semana vai a doceria Só Doces para comer o melhor macaron da cidade - esse doce lindo e colorido da foto, feito com amêndoas que virou moda em São Paulo (não é maravilhosa uma cidade que tem moda gastronômica?). Cita o fato de ser um bairro próximo ao Parque do Ibirapuera, ter excelentes opções gastronômicas e possuir uma ótima casa de shows.
<br />
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGJNKjrjr2nb07E5IJEa568dkSAAYJDrFNgaZ8H_b93IrnMZ39hMNUfQ8XY-5bUpvKij32_ymKeVaXa4bBUEuWME29T4NVhXS1YWcHGYvqRtXfZM9BS_d6jTOR1evnp16DEzWLsKfl0tB9/s1600/macarrons2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 250px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGJNKjrjr2nb07E5IJEa568dkSAAYJDrFNgaZ8H_b93IrnMZ39hMNUfQ8XY-5bUpvKij32_ymKeVaXa4bBUEuWME29T4NVhXS1YWcHGYvqRtXfZM9BS_d6jTOR1evnp16DEzWLsKfl0tB9/s400/macarrons2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5641786401884057042" /></a>
<br />
<br />Ainda não estou convencida que Moema é isso tudo. Mas estou louca para ir até lá descobrir o sabor desses belos macarons.
<br />
<br />Só Doces
<br />Alameda dos Arapanés,540
<br />Moema - São Paulo - SP
<br />RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-11479713683209648502011-08-12T07:14:00.000-07:002011-08-17T04:05:31.938-07:00Da Silva
<br />Todo carioca que se preza gosta de um lugar baratim. E não sou eu quem vou negar essa tradição. Descobrir lugares gostosos e baratos - e se possível com algum charme - sempre dá essa sensação de uau, como é bom pagar pouco pra comer bem.
<br />
<br />E foi assim que eu me senti ao descobrir o ótimo Da Silva, em Higienópolis. Uma graça de lugar, com ar meio de boteco e decoração que nos remete ao cenário da Grande Família. Nos fundos, uma bela parede com cestos plásticos coloridos usados como prateleiras. Alguns televisores anos sessenta espalhados, santinhos na parede e ladrilhos cafonas dão o tom da brincadeira.
<br />
<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivWZ3LR-zj_eA4vk3fWzb5-hGITa8g_8BkbBari5-M8w0m4zM1ng40R_LEqhTcwJkEtttu4oKw7xxvIwUp07T0sh0q4mvMYNXa35lNBoF093KCQIZCfBOdI0Lw4Oh8mvtfcWixBjp7AUgR/s1600/dasilva.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 267px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivWZ3LR-zj_eA4vk3fWzb5-hGITa8g_8BkbBari5-M8w0m4zM1ng40R_LEqhTcwJkEtttu4oKw7xxvIwUp07T0sh0q4mvMYNXa35lNBoF093KCQIZCfBOdI0Lw4Oh8mvtfcWixBjp7AUgR/s400/dasilva.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5641779343123561394" /></a>
<br />
<br />Para um almoço rápido, a boa pedida é escolher um dos grelhados (carne, frango ou peixe) e se servir à vontade no buffet com acompanhamentos bem caseiros e honestos, tipo arroz, feijão e farofa - além das opções de saladas (essas são bem básicas, mas esse não é o lugar ideal para vegetarianos). Seu gasto ficará entre R$ 20,00 e R$ 30,00, dependendo do tipo de carne que você escolher. Melhor custo benefício, impossível.
<br />
<br />O atendimento é ótimo. Garçons simpáticos sob o comando do dono, o Rafa, que fica ali no caixa e se preocupa em perguntar pessoalmente se os clientes foram bem atendidos. Nesses tempos em que os donos de restaurantes parecem ser mega investidores, banqueiros ou franqueadores, fico feliz quando encontro essa espécie em extinção: o dono que fica atrás no balcão.
<br />
<br />
<br />Da Silva Bar
<br />R. Maria Antônia, 316 - Consolação
<br />tel 2872-2249RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-71141607251222267682011-08-09T13:32:00.000-07:002011-09-16T19:37:56.244-07:00O porquê da lista de MoemaContinuo achando Moema um enigma. Pesa mais o ar meio cafona, da classe média que se acha chique. Mas cada um tem lá sua opinião sobre o que precisa de um bairro para ser feliz. <br /><br />Eu, por exemplo, moro no Morumbi. Acredito que até mesmo aqui deva ter moradores que julgam esse bairro como o melhor. Justo o Morumbi, coitado, um bairro que é uma espécie de apêndice: uma vez extirpado não fará falta alguma para a memória da cidade. Para os torcedores do São Paulo, talvez.<br /> <br />Mas a minha lista das "10 coisas incríveis que só Moema tem" serve para que eu deixe claro que apesar de Moema não estar na minha lista dos "10 bairros de São Paulo que eu colocaria na Arca de Noé", ainda assim existem preciosidades que valem a visita ao bairro.<br /><br />Continuo, portanto, buscando mais oito itens para fechar a minha lista de Moema. Quanto ao 10 bairros que eu salvaria, isso vai ficar uns posts à frente.RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-67088098087555612872011-08-09T13:15:00.001-07:002011-08-09T15:04:29.050-07:00As 10 coisas incríveis que só Moema tem - parte 1Na minha busca por preencher a lista das “10 coisas incríveis que só Moema tem”, eu não conseguia sair do item um. Apenas os doces e o bacalhau do restaurante português “A Casota” encabeçavam a minha lista dessas coisas poderosas que justificam você sair de casa não importa qual o bairro ou qual a distância, para ir até lá. Eu precisava apenas de mais nove coisas muito especiais ou muito autênticas ou muito imperdíveis que só se encontram em Moema.
<br />
<br />Decidi então conhecer o Bar do Giba no último sábado. A começar pelo tratamento vip que recebi ao ligar para lá, posso dizer que é daqueles lugares que me fez pensar como consegui sobreviver em São Paulo sem nunca ter ido lá. Liguei ainda pela manhã e quem me atendeu foi o Diogo. Não me perguntem quem é o Diogo, mas sei que ao perguntar sobre o horário de abertura e qual a melhor hora para não pegar fila ele me disse para eu não esquentar e que o grande barato da espera era relaxar tomando minha cervejinha gelada , ou se eu preferisse, uma caipirinha. Nem precisa dizer que eu desliguei o telefone e corri para lá.
<br />
<br />Ao chegar a rua, a visão do Bar do Giba em um sábado à tarde era quase uma miragem. No meio de um montão de prédios residenciais, em uma calma rua de Moema e com a trilha sonora dos aviões que passavam a dois palmos da minha cabeça, lá estava o buraco mais quente de Moema. Não chega a ser um pé sujo – aliás, é até muito limpinho. Mas as mesinhas cheias na calçada, as pessoas de visual descontraído (nem todas, porque juro que vi uma bolsa de corrente dourada, mas tudo bem , isso é são Paulo) e aquelas maravilhosas cachaças enfeitando o bar são o cenário perfeito para qualquer pessoa passar um maravilhoso sábado na paulicéia. Por sorte, entrei no bar e vi uma mesa desocupada. Falei com o baixinho moreno que arrumava a mesa e ele gentilmente liberou o lugar. Perguntei o nome dele e ele disse sou o Giba. Esse é o grande Giba! Aquele típico dono de bar que limpa as mesas e atende com simpatia seus clientes. E para entrar de vez na lista dos 10 lugares definitivamente incríveis de Moema, posso dizer que a coisa mais charmosa e pitoresca do bar (além da maravilhosa foto em preto e branco do pequeno Giba aos oito anos enchendo o copo do pai de cerveja) é o fato de não ter cardápio. O simpático garçon explica que hoje é dia de filé Oswaldo Aranha e feijoada, dá suas dicas sobre os melhores petiscos e ainda dá uma prova de uma tal barra de torresmo que é a alegria de qualquer apreciador da baixa gastronomia.
<br />
<br />Mas como ainda faltam mais oito itens para minha lista, vou recorrer ao mega super garimpador de São Paulo, o jornalista Marcelo Duarte e conto minha conversa no próximo post.
<br />
<br />Bar do Giba - Av Moaci, 574 - tel 5535-9220
<br />A Casota - Av Miruna, 442 - tel 5093-6751
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<br />RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-45215692844327252932011-08-05T04:54:00.000-07:002011-08-14T17:46:26.991-07:00Por uma estética autêntica e honesta.Voto pela criação de um Órgão Regulamentador da Arquitetura e Harmonia da Cidade, o O.R.A.H.C., que contriburia diretamente para um equilíbrio estético da capital e - por que não ? - emocional de seus moradores. E que esse órgão tenha autonomia para derrubar todas as colunas gregas e toda forma de novo que seja simplesmente uma réplica de quinta categoria de um estilo neoclássico ou rococó.
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<br />Eu sei, deveria respeitar o gosto dos outros. Mas o problema é que o mau gosto dos outros - arquitetos insanos - interfere de uma forma brutal dos demais moradores da cidade. Não falo somente da parte estética, mas queria saber por que alguém precisa construir, por exemplo, um prédio residencial de 120 metros de altura - em plena parte baixa da Rua Haddock Lobo. E, ironicamente, o nome do prédio é L'Essence. Não há dúvida que se trata da essência do mau gosto. Um monstro assustador que deixaram emergir no belo bairro dos Jardins.
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<br />RAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8072347215335933004.post-1362227031092386752011-08-03T18:16:00.000-07:002011-08-03T19:23:54.265-07:00Nas ruas do BrásSinto-me uma investigadora de São Paulo. Tento juntar as peças todas e encontrar algum sentido nesse caos. Toda e qualquer história da cidade me interessa. <br /><br />Eis que, cai em minhas mãos, graças à escola do meu filho, o livro mais poético que já vi sobre os velhos tempos na capital. Um livro de recordações da infância do Dráuzio Varella, passada nas ruas do Brás. Além das deliciosas histórias e aventuras do menino Dráuzio, você tem acesso ao maravilhoso universo dos imigrantes italianos e espanhóis.<br /><br />É a oportunidade de viajar no tempo e mergulhar em um outro Brás...<br /><br />O Brás onde existia o armazém do Seu Pinto, com sacos empilhados e linguiças penduradas.<br />O Brás de ruas de paralelepípedo e crianças soltas a brincar.<br />O Brás dos imigrantes que tocavam piano para sua família aos domingos.<br />Ah, que delícia de tempo!<br />Tempo da beleza do coletivo, onde um banheiro servia a três famílias de imigrantes.<br />Tempo em que podia se chamar carinhosamente a moça que vende doces de negra do manjar.<br />Tempo em que um menino era apelidado de gordo, sem que isso significasse mal estar.<br />Tempo em que a poesia sobrevivia dentro de cada lar.<br />Tempo de vida dura, mas com tempo para se sonhar.<br /><br />Nas ruas do Brás - autor: Dráuzio Varella<br />Coleção Memória e História - Companhia das LetrinhasRAQUEL OGURIhttp://www.blogger.com/profile/09952247440582303683noreply@blogger.com0