domingo, 25 de setembro de 2011

Uma galinha tem seu valor

Hoje o meu domingo está no top ten dos domingos felizes. Tudo por causa de uma galinha.

É isso mesmo. Resolvi me presentear com uma galinha. Não serei hipócrita em dizer que fiz isso para encher de felicidade a vida da minha família. Em um ímpeto de coragem, assumo que esse ato foi em prol da minha total e irrestrita satisfação em lambuzar meus dedos de gordura, chupar ossinhos saborosos da asinha e me encher de uma sensação indescritível de prazer.

Se você quiser sentir tudo isso e mais um pouco, o endereço do prazer fica logo ali na Vila Madalena, no Galinheiro Grill. Em cinco minutos - sem exagero - preenchi meu buraco existencial. A experiência não é nova. Já fui lá muitas vezes. Mas a experiência de levar a ave terapêutica para casa é inédita. E eu recomendo.

Entrei, pedi uma galinha no balcão, paguei a bagatela de vinte e seis reais com direito a uma farofa, me virei para o balcão em frente e pronto. Lá estava aquela churrasqueira maravilhosa, com aproximadamente vinte ditas cujas mortas e douradas, ardendo em chamas. Pausa para apreciar esse momento de pura emoção. Em segundos, o Seu Fulano (eu sei, uma heresia eu ter esquecido o seu nome), vestido impecavelmente de branco e com a precisão de um cirurgião, faz uma linda coreografia do esquartejamento da galinha. Tá-tá-tá! Pura poesia para meus ouvidos.

O aroma de ervas do tempero deve ter contribuído para aquele estágio da alma que alcancei. Não tenho dúvidas de que atingi o Nirvana.

Mas naquele ambiente de tamanha eficência e rapidez não há como uma pessoa se dar ao luxo de ocupar um mísero espaço no balcão por mais de cinco minutos. Meus segundos finais chegaram. Conferi o Seu Fulano jogar rusticamente os meus tão almejados pedaços de galinha em um indefectível saco transparente e segui rumo ao meu esconderijo.

Com minha habitual competência e voracidade finalizei o meu trabalho. Nem o menor vestígio do crime deixei.


Galinheiro Grill
Rua Inácio Pereira da Rocha, 231 – Esquina com a Fradique Coutinho
3816-3208 / 3816-6023 / 3796-9264

2 comentários:

  1. Danielle Jucá Silveira27 de setembro de 2011 às 15:05

    Oi Raquel, adorei! Quando quiser contribuições de outra carioca é só falar! Beijo grande, Dani (amiga da Clau Serrano)

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  2. Raquel, em SP galinha é frango. Associamos galinha ao bicho vivo, ainda com as penas, cacarejante. Quando ele é depenado, temperado e assado, vira frango. Frango assando, no caso. Se estiver na Moóca num domingo de manhã e pedir alguém para lhe comprar uma galinha, prepare-se para degolar o bicho.
    Aliás, sugiro-lhe fortemente uma visita à Moóca, para comer, ouvir o sotaque e reparar na arquitetura, a minha definição da palavra "casa".

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