domingo, 27 de fevereiro de 2011

Seu Joaquim, o barbeiro da Vila

Em um dos cantos mais estranhos da Vila Madalena, atrás do cemitério, religiosamente Seu Joaquim senta no seu banquinho plástico, quase na calçada e ali se põe a ler o jornal. Tarefa difícil, porque cada pedestre que ali passa faz questão de dar um alô para o seu Joaquim, que sempre de forma simpática retribui com um largo sorriso. Seus cabelos são brancos, brancos, com textura de algodão doce. As únicas coisas novas que parecem entrar ali são os clientes e a edição diária do jornal. O resto é de mil novecentos e bolinha. Por isso é tão autêntico. Lá dentro, apenas uma cadeira típica de barbeiro, linda, porém rasgada - comprada em 1951. Na parede, azulejos azuis dão o toque celestial.

Seu Joaquim não sabe da sua importância, mas ele representa um ato de resistência na megalópole. Sabemos que um barbeiro é figura quase extinta numa cidade como São Paulo. É bem provável que as crianças de hoje nem saibam o que é um barbeiro. Concluo ser um programa altamente cultural levar as crianças para conhecerem Seu Joaquim. Mas aviso que seria uma ofensa pedir para ele fazer um corte à La Justin Bieber.

Fico aqui pensando na barba com navalha.... que tipo de homem será esse que ainda faz barba com navalha? Creio ser também uma espécie em extinção.
Se eu fosse macho não perderia essa experiência por nada.

Informações:
Rua Horácio Lane, 19 - Vila Madalena
13 reais o corte e 7 reais a barba – tudo com navalha
2af das 12h às 18h / de 3ª f a 6af das 9h às 18h / Sab das 9h às 16h

Um comentário:

  1. Oi, Raquel! Entrei aqui no seu blog meio por acaso, pois estava procurando sobre o Joaquim, barbeiro da Vila Madalena. Eu faço barba com navalha lá...hahahha.....legal saber que você escreveu sobre ele. Você ainda mora em SP? Abraços!

    PS: se quiser responder, não sei se este blog funciona mostrando dados das pessoas, meu email é gustavomarsan@gmail.com

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