22 de fevereiro de 2011. Primeira reunião de pais da escolinha. O bairro é o Morumbi.
Às 18:30h, exatamente uma hora antes do evento, eu só consigo pensar com que roupa as pessoas vão para uma reunião dessas em São Paulo. Afinal de contas estamos no bairro mais emergente da capital. Tento escolher uma roupa com aquele ar de quem estava trabalhando em algo meio alternativo, tipo o que eu faço (ou o que eu tento fazer), que é escrever nas poucas horas vagas. Até passou pela minha cabeça tentar dar uma enganada e me passar por mãe normal, que trabalha em lugar normal e que se veste de jeito normal. Aqui em São Paulo, leia-se normal o estilo de vestir de secretária de multinacional. Muito scarpin, calças retas e casaquinhos ou taillers. Tudo na tonalidade dos cinzas, beges e pretos. Decido ser mais honesta no meu traje. Serei eu mesma. Ou melhor, serei o que aspiro ser. Saia e blusa da Totem com muita cor, que além de dar o ar tentando-ser-uma-mãe-moderna-e-cool ainda vem com o pretensioso toque morram-de-inveja-porque-eu-sou-carioca.
A primeira supresa foi ver um bando de mães modelo básico, sem excesso de jóias, nem de roupas excessivamente caretas e nem de caras ou peitos excessivamente plastificados. Mas surpresa de verdade, vem sempre de onde a gente menos espera: da professora. Sim, da professora. Aquela que eu esperava encontrar no mesmo uniforme que eu vi à tarde, resolve dar um upgrade na imagem. Eis que ela adentra a sala de aula - onde nós pais tentávamos nos acomodar nas mini cadeirinhas, fazendo eu me sentir num cenário bizarro do Tim Burton. Para minha total perplexidade, Tia Mariana resolveu colocar toda sua sexualidade para fora justamente no dia da primeira reunião de pais do jardim-de-infância. Mini saia justíssima preta, camiseta cinza também justíssima para valorizar seus peitões (que pelo tamanho excessivo seria valorizado mesmo por baixo de um moleton) e sapato peep toe altíssimo de verniz preto (se não sabe de qual modelo se trata, me desculpe, é muita falta de informação básica) com o detalhezinho das unhas dos pés vermelhas. Enquanto ela falava sobre a pauta da reunião eu só conseguia rezar para que ela não se sentasse nas mini cadeirinhas.
Mais uma supresa. Tia Mariana agiu com absoluta elegância e sentou-se de forma bem comportada (para alívio de todas as mulheres e provável decepção dos maridos). Cumpriu muito bem seu papel, dando segurança aos pais de que fizeram uma boa escolha para seus filhos. Às 20:40h eu saí da escola confiante na sua metodologia. E rezando para que Tia Mariana não me invente um modelito noivinha sexy na festa junina.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
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