terça-feira, 1 de junho de 2010

Peripécias de uma carioca em São Paulo tentando desesperadamente finalizar o raio de um manual de sobrevivência - Parte 1

Nunca li o Anjo Pornográfico. Nem a biografia do Garrincha. Muito menos a da Carmem Miranda. Não sei ao certo o que vim fazer aqui. A arte e a ciência da biografia. Este é o tema do curso. Ruy Castro aqui, na minha frente. Uma platéia silenciosa de pagantes absorve cada palavra do mestre – enquanto eu concluo que jamais escreverei uma biografia. Não tenho essa obsessão pela informação. E jamais dedicaria três anos ininterruptos a um único personagem. Nem vamos falar da competência necessária. Volto minha atenção ao que ele diz. O biógrafo precisa de muita bagagem. No meu caso, só roubando.

Parte final. Abrem para as perguntas. Vocês sentirão vergonha por mim. Mas eu precisava matar essa dúvida. Ele insistiu durante toda a aula que não é possível biografar alguém vivo. Mas como ele foi capaz de biografar o Washington Olivetto? Abro a boca. Começo a perguntar. Vejo a cara de interrogação que o autor faz e percebo meu erro. Grosseiro. Imperdoável. Admito ter uma certa propensão pra confundir coisas. Nunca sei se o Scarface era Robert de Niro ou Al Pacino. Mas na cara do autor, o furo é imperdoável. Me dou conta que não foi ele quem escreveu sobre a vida do publicitário. Agora é tarde. Fernando Morais.

2 comentários:

  1. Esse manual promete muita graça. Já ri bastante com os posts daqui!

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  2. Muito bom Raquel! Fui teu colega no curso do Carpinejar e aguardo mais capítulos desse manual! Eu sou gaúcho em solo paulista, então também preciso desse manual :) Beijos

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