sexta-feira, 31 de agosto de 2012
A arte da redução
Todd Bracher é um designer em ascensão. Eu sei, poderia conferir seu trabalho pela internet. Mas ainda bem que resolvi conferir de perto. São poucas peças, mas o suficiente para entender o universo desse jovem designer americano. A ideia de colocar os vídeos com o criador explicando o processo de criação de suas peças, nos faz pensar na importância da busca pela simplicidade e da essência, seja na arte ou na vida.
Poucos artistas conseguem atingir a essência. Conseguir distinguir o que é excesso do que é essência pode parecer simples, mas não é. E quando um artista ou um criador consegue atingir esse conceito, o resultado é quase sempre uma coisa desconcertante tamanha a beleza e simplicidade.
O trabalho de Todd Bracher é irritantemente simples. Uma espécie de João Gilberto do design.
Todd Bracher - A essência das coisas
Museu da Casa Brasileira
Av Brigadeiro Faria Lima, 2705
De 23/08 a 21/10
sábado, 11 de agosto de 2012
Para que serve a Bienal?
Lá fui eu visitar a Bienal. Sempre que penso em ir a uma feira gigante dessas, tendo a achar que de nada serve. Afinal, hoje temos tantas mega livrarias que parecem nos oferecer opções ilimitadas de títulos...
Mas quando você lá adentra, tem a noção exata de que se existe algum recado que a feira pode dar, é de que só os livros podem nos salvar.
Tirando as adolescentes histéricas que não sabemos ao certo se estão ali pra esperar a Thalita Rebouças ou porque simplesmente foram atrás de um cartaz gratuito do Justin Bieber no estande da Revista Atrevida, vemos uma atmosfera de visitantes que devem fazer parte da famosa nova classe média. Pra quem não sabe, a nova classe média é o povão que antigamente não tinha dinheiro pra ir ao teatro, mas atualmente até tem dinheiro pra ir ao teatro mas não vai, mas pelo menos compra livro Ágape e do Padre Fábio de Mello.
E não é curioso que, essa classe tão comentada que parece não comparecer em massa a lugar nenhum (exceto nos gráficos de queijo e pirâmides mostrados nos jornais e nas pesquisas do IBGE), esteja tão lindamente feliz em plena 6af se encantando com os livros nos corredores da Bienal? Começo a ver que estou errada. Com todo respeito que tenho pela fé de cada um, vejo que os campos de interesse estão muito além da religão. Culinária, viagem, clássicos, sexo, tudo parece interessar. A tal classe média esmiuça tudo, "perde" horas nos estandes e quase não come (fenômeno esse que me intriga, a praça de alimentação era um dos locais mais vazios da feira)
E não posso me esquecer de falar naquele lindo cartaz que me chamou atenção. Nos postes e muro em frente ao ponto de ônibus, lia-se: "Pai MackNuclear. Lê poema / Desamarra prosa / Traz seu texto de volta em 7 dias". E foi assim que descobri essa tribo ativista do amor, que tem uma espécie de coletivo que espalha poesias pela cidade. Nada melhor do que a imagem de um cartaz dessa galera do Movimento Terrorismo Poético que não se contamina e ainda planta ternura nos quatro cantos da cidade.
Mas quando você lá adentra, tem a noção exata de que se existe algum recado que a feira pode dar, é de que só os livros podem nos salvar.
Tirando as adolescentes histéricas que não sabemos ao certo se estão ali pra esperar a Thalita Rebouças ou porque simplesmente foram atrás de um cartaz gratuito do Justin Bieber no estande da Revista Atrevida, vemos uma atmosfera de visitantes que devem fazer parte da famosa nova classe média. Pra quem não sabe, a nova classe média é o povão que antigamente não tinha dinheiro pra ir ao teatro, mas atualmente até tem dinheiro pra ir ao teatro mas não vai, mas pelo menos compra livro Ágape e do Padre Fábio de Mello.
E não é curioso que, essa classe tão comentada que parece não comparecer em massa a lugar nenhum (exceto nos gráficos de queijo e pirâmides mostrados nos jornais e nas pesquisas do IBGE), esteja tão lindamente feliz em plena 6af se encantando com os livros nos corredores da Bienal? Começo a ver que estou errada. Com todo respeito que tenho pela fé de cada um, vejo que os campos de interesse estão muito além da religão. Culinária, viagem, clássicos, sexo, tudo parece interessar. A tal classe média esmiuça tudo, "perde" horas nos estandes e quase não come (fenômeno esse que me intriga, a praça de alimentação era um dos locais mais vazios da feira)
E não posso me esquecer de falar naquele lindo cartaz que me chamou atenção. Nos postes e muro em frente ao ponto de ônibus, lia-se: "Pai MackNuclear. Lê poema / Desamarra prosa / Traz seu texto de volta em 7 dias". E foi assim que descobri essa tribo ativista do amor, que tem uma espécie de coletivo que espalha poesias pela cidade. Nada melhor do que a imagem de um cartaz dessa galera do Movimento Terrorismo Poético que não se contamina e ainda planta ternura nos quatro cantos da cidade.
Estive lá. Mas já voltei.
Sair à francesa = sair furtivamente, em silêncio ; esgueirar-se de um local, geralmente escapando de uma situação incômoda.
Eu não sei o que diz o manual de boas maneiras dos blogs. Só sei que a hipótese de comunicar minhas férias me pareceu um pouco pretensiosa.
Ainda bem que não disse tchau, volto já, porque não tinha ideia que depois de ir ao Rio e à Bahia, iria direto para um estado novo, chamado Buraco Negro Virtual.
Nesse lugar, cheio de conflitos e inquietações filosóficas, uma série de perguntas assolam nossa mente. Na minha, perguntas como "pra que raios serve um blog?", "como achar o tal diferencial?", "como ter coisas interessantes todos os dias?" "como ganhar dinheiro com isso?" ficaram me bombardeando.
E ontem, depois de uma experiência urbana incrível (que culminou no cartaz na porta da Bienal do Livro escrito assim "Pai MaickNuclear - Lê poema / desamarra Prosa / traz seu texto de volta em 7 dias"), eu me dei conta. Não adianta eu querer ser "o blog" incrível sobre a cidade, no sentido de ter as maiores tendências ou maior interação ou maior número de notícias por segundo. Jamais serei isso.
Minha maior prestação de serviço é mesmo meu olhar cheio de afeto e sinceridade sobre a cidade. E as minhas experiências pessoais dentro dessa urbe, me levarão por esse caminho. Não quero postar pra ter volume de posts. Quero falar daquilo que pode nos ajudar a entender a megalópole e resgatar o amor pela cidade.
Voltei!
Eu não sei o que diz o manual de boas maneiras dos blogs. Só sei que a hipótese de comunicar minhas férias me pareceu um pouco pretensiosa.
Ainda bem que não disse tchau, volto já, porque não tinha ideia que depois de ir ao Rio e à Bahia, iria direto para um estado novo, chamado Buraco Negro Virtual.
Nesse lugar, cheio de conflitos e inquietações filosóficas, uma série de perguntas assolam nossa mente. Na minha, perguntas como "pra que raios serve um blog?", "como achar o tal diferencial?", "como ter coisas interessantes todos os dias?" "como ganhar dinheiro com isso?" ficaram me bombardeando.
E ontem, depois de uma experiência urbana incrível (que culminou no cartaz na porta da Bienal do Livro escrito assim "Pai MaickNuclear - Lê poema / desamarra Prosa / traz seu texto de volta em 7 dias"), eu me dei conta. Não adianta eu querer ser "o blog" incrível sobre a cidade, no sentido de ter as maiores tendências ou maior interação ou maior número de notícias por segundo. Jamais serei isso.
Minha maior prestação de serviço é mesmo meu olhar cheio de afeto e sinceridade sobre a cidade. E as minhas experiências pessoais dentro dessa urbe, me levarão por esse caminho. Não quero postar pra ter volume de posts. Quero falar daquilo que pode nos ajudar a entender a megalópole e resgatar o amor pela cidade.
Voltei!
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