Lá fui eu visitar a Bienal. Sempre que penso em ir a uma feira gigante dessas, tendo a achar que de nada serve. Afinal, hoje temos tantas mega livrarias que parecem nos oferecer opções ilimitadas de títulos...
Mas quando você lá adentra, tem a noção exata de que se existe algum recado que a feira pode dar, é de que só os livros podem nos salvar.
Tirando as adolescentes histéricas que não sabemos ao certo se estão ali pra esperar a Thalita Rebouças ou porque simplesmente foram atrás de um cartaz gratuito do Justin Bieber no estande da Revista Atrevida, vemos uma atmosfera de visitantes que devem fazer parte da famosa nova classe média. Pra quem não sabe, a nova classe média é o povão que antigamente não tinha dinheiro pra ir ao teatro, mas atualmente até tem dinheiro pra ir ao teatro mas não vai, mas pelo menos compra livro Ágape e do Padre Fábio de Mello.
E não é curioso que, essa classe tão comentada que parece não comparecer em massa a lugar nenhum (exceto nos gráficos de queijo e pirâmides mostrados nos jornais e nas pesquisas do IBGE), esteja tão lindamente feliz em plena 6af se encantando com os livros nos corredores da Bienal? Começo a ver que estou errada. Com todo respeito que tenho pela fé de cada um, vejo que os campos de interesse estão muito além da religão. Culinária, viagem, clássicos, sexo, tudo parece interessar. A tal classe média esmiuça tudo, "perde" horas nos estandes e quase não come (fenômeno esse que me intriga, a praça de alimentação era um dos locais mais vazios da feira)
E não posso me esquecer de falar naquele lindo cartaz que me chamou atenção. Nos postes e muro em frente ao ponto de ônibus, lia-se: "Pai MackNuclear. Lê poema / Desamarra prosa / Traz seu texto de volta em 7 dias". E foi assim que descobri essa tribo ativista do amor, que tem uma espécie de coletivo que espalha poesias pela cidade. Nada melhor do que a imagem de um cartaz dessa galera do Movimento Terrorismo Poético que não se contamina e ainda planta ternura nos quatro cantos da cidade.
sábado, 11 de agosto de 2012
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